É preciso uma literatura de combate. Se, para você, os livros são mero entretenimento, uma simples diversão, um passatempo, coloque-os de lado e procure outra coisa para fazer. É preciso uma literatura como a de Valter Hugo Mãe, Mia Couto, Leon Tolstói, Fiódor Dostoiévski e Oscar Wilde. São poucos os que falam por todos e esses poucos – raras vozes no meio de uma gritaria – não passam em silêncio entre o turbilhão.
Não há como negar que as listas de mais vendidos são parte influente em qualquer ambiente literário; uma forma de fomentar as vendas estratosféricas de obras nonsense. Não sou contra as literaturas populares, mas se elas se transformam em única forma de leitura, algo deve estar errado. É preciso rever, revisar e repensar os seus conceitos.
O que temos são figuras pálidas da literatura atual, nomes que não poderão estar no panteão dos heróis daqui a cem anos. Você consegue imaginar Cinquenta Tons de Cinza, A Culpa é das Estrelas ou as sagas de vampiros, anjos, lobisomens e afins a uma centena de anos entre os clássicos? Eu não consigo. Se isso um dia vier a acontecer, na minha opinião, a literatura estará morta. Precisamos do combate e do questionamento, precisamos colocar em xeque as noções pré-estabelecidas. Se não for assim, não precisa existir literatura nenhuma.