A volta do futebol: risco sem dinheiro

Foto: Albari Rosa/Foto Digital/Tribuna do Paraná

Populista, Bolsonaro clama pela volta do futebol, quando o Brasil nos próximos dias vai bater nas 10 mil mortes causadas pela peste. Dissimulado, expede uma autorização que, diante de tantas exigências médicas e sanitárias, cria impedimento para a volta da maioria dos clubes. Irresponsável se intromete em assunto que não é competência do Estado, só para atender os interesses de Flamengo, do Palmeiras e do Grêmio, do seu guru Renato Gaúcho.

Ao ser dissimulado, teve uma conduta de Pilatos: lavou as mãos e mandou a solução para os governos estaduais. Menos mal para nós paranaenses que temos o bom senso do governador Ratinho Junior.

Com certeza ele será orientado a não autorizar a volta do Campeonato Paranaense por um único motivo: o Estadual não vive só de Athletico e Coritiba, que são os únicos em condições de atender as ordens médicas e sanitárias. Não se pode exigir de Rio Branco, Cascavel, Cianorte e Paraná, talvez de Londrina e Operário, que não têm recursos para atender as exigências de Brasilia.

Os clubes parecem não ter consciência do resultado que trará um vírus dentro de um centro de treinamentos, ou em um estádio de futebol. Será um estrago para o resto da temporada, porque tudo terá que ser recomeçado.

Se consultado, o governo do Paraná deverá oferecer uma única resposta: a volta do futebol ao campo é questão a ser resolvida exclusivamente pelas entidades de comando (federações e CBF) e pelos clubes. Sendo assunto privado, não é responsabilidade do Estado. Só a volta das torcidas aos estádios é questão de ordem pública a ser decidida pelo poder estatal e, por enquanto, continuará proibida.

São Paulo e Rio de Janeiro, em tese, têm um motivo para jogarem as finais dos Estaduais: a Globo lhes paga bem. Mas o Paraná não tem essa causa, pois os clubes trocaram os seus direitos por 30 moedas com a DAZN. Essa, diante do descadastramento dos assinantes pela suspensão do torneio, pode não aceitar a pagar o saldo do contrato, alegando a força maior.

Cantiga de ninar

Quem não foi ninado ou ninou um filho ou um neto com essa música: “se essa rua, se essa rua fosse minha. Eu mandava, eu mandava ladrilhar. Com pedrinhas, com pedrinhas de brilhantes. Para o meu, para o meu amor passar”. Lembrei dessa canção por um fato pitoresco. Quando comprou em leilão o imóvel do Pinheirão, o empresário não se preocupou em conferir se as características das matrículas eram as do local.

Descobriu-se que não são. Uma parte da “grande arquibancada” do Pinheirão, está dentro de uma rua. Greca quer a rua de volta. Das duas, uma: Ou o proprietário compra a rua, ou derruba a arquibancada. Por qualquer gasta que tiver, terá em direito de regresso contra a Federação Paranaense de Futebol.

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