Vitória moral

Se jogar bem é organizar-se, é submeter o adversário ao seu controle, é criar chances de gols e é não sofrer nenhum risco de derrota, então o Atlético jogou muito bem na Arena Itaquera, contra o Corinthians.

Mas, então como explicar o fato de não ganhar um jogo que terminou sem gols, e contra um adversário baseado em reservas? O Atlético não tinha obrigação absoluta de ganhar. Mas quando o Corinthians entrou com um time de reservas e foi dominado, essa obrigação surgiu.

A explicação antecedia o próprio jogo: o Furacão continua sem um único atacante razoável. Há pouco, a ilusão para gols era chamada de Lucas Ribamar, vejam só. Agora, atende pelo nome de Marcelo Cirino.

Porque correu, trombou e fez dois gols na Baixada, Cirino foi adotado como o “cara”, tratado como filho pródigo. Contra o Corinthians, na sua única boa jogada, quando precisou passar, errou. Nas vezes que teve espaço para correr em contra-ataque, enrolou-se com a bola. É preciso ter consciência de que Cirino limita-se à uma opção tática eventual. Com Pablo, Cirino e Bergson, irá retardar a solução da sua vida neste campeonato. Quando se domina um jogo, com um atacante que tenha raciocínio e qualidade, a vitória torna-se um fato natural.

A vitória moral nunca foi solução em qualquer coisa na vida.

No futebol tem o significado de derrota.

Segue o enterro

Na Vila, o Paraná perdeu o jogo que não poderia perder, para o Ceará, por 1×0, ficando submisso ao treinador Lisca, seu algoz de ocasião, que fora mandado embora pela porta dos fundos. Mas perder para o time de Lisca não é fato relevante, embora a torcida o valorize para críticas.

O mais grave foi tornar pior o que já estava ruim. Concordo, que a regra geral de um time formado de improviso, é jogar mal. Mas com tempo, presume-se, que há uma tendência de melhora. O Paraná faz o caminho inverso: piora.

O treinador Micale deve pagar a conta que não é só dele.

Resumo

O goleiro Wilson, do Coritiba, falou da derrota para o Fortaleza: “O jogo foi a cara do nosso time no primeiro turno. Perdendo dividida, sem conseguir segurar a bola. Desatenção para matar uma jogada. Desatenção na marcação. Aí no final dá um abafa e dá a falsa impressão que nosso time pressionou porque o adversário recuou”.

Ninguém teve a capacidade para resumir o que foi o Coritiba nesse 1º turno da Segundona. Não escreverei uma única linha a mais.