Vergonha na Bahia

Não é preciso explicar o explicável. O Atlético perdeu ontem em Salvador, para o Vitória (3×2), pelos mesmos motivos que havia perdido os outros últimos oito jogos fora da Baixada: o seu time é fraco e seu técnico Paulo Autuori, por fazer o papel da diretoria e não com o clube, não tem compromisso com a vitória.

A derrota no Barradão foi bem além: provou de que a influência da grama sintética na Baixada não é simples tese, é fato. As variações da grama artificial compensam às limitações individuais do Furacão. E como se trata de um campeonato equilibrado pela falta de qualidade, um fator importante como é a grama, potencializa a sua influência.

E Furacão não perde fora só em razão da grama natural que torna o seu time, ainda, mais frágil. Perde, também, porque o seu treinador colabora por ser péssimo observador do jogo. Nem mesmo com a vitória parcial, nem mesmo com a excelência do jogo individual de Lucho e Pablo, o Furacão conseguiu ter um sistema de jogo. Com uma simples pressão adversária, mesmo que seja do fraco Vitória, o sistema de Autuori se desmancha. E, às vezes dá a impressão de que quando fecha os olhos parece ir para um mundo virtual. Não se explica como demorar setenta minutos para concluir que Otávio, que vem jogando mal há tempo, estava omisso nas funções de proteger a defesa e cobrir os lados. De não ver o time espalhado pelos lados, sem conteúdo, que o torna estéril.

Improvável

Para não perder para o poderoso Atlético Mineiro, o Coritiba teria que jogar bem. Para ganhar, teria que alcançar o improvável: ser perfeito. Pois Carpegiani, reuniu meia dúzia de garotos vindos da base, juntou-os a Wilson, Juan e Kleber, e os coxas, desafiando a própria a lógica, foram perfeitos: 2×0.

O menino Raphael Veiga não era para jogar. Jogou. E se jogasse, iria sentir a pressão em razão da saída anunciada para o Palmeiras. Não sentiu. Fez um gol de cinema, ficando para Kleber o segundo gol, no pênalti sobre Kazim. A importância dessa vitória será sentida depois dos jogos contra Santa Cruz e Vitória.

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