O comando central do Furacão mandou avisar ao treinador Tiago Nunes e aos jogadores que “a vitória contra o Peñarol é do interesse do clube”. Ainda bem. Já é alguma coisa.
A simples presença do Penãrol de Montevidéu já seria o bastante para atrair uma multidão à Baixada. A sua camisa amarela e negra, que absorve um histórico de títulos e ídolos, é uma das maiores marcas do futebol mundial. Mas o Atlético tratou de aumentar o risco de esvaziar o jogo como espetáculo. Em penúltimo lugar no Brasileiro, conseguiu criar na torcida o que ela nunca teve: o sentimento de descrédito.
É uma pena.
Por falta do apelo técnico, a diretoria procede uma redução do preço do ingresso. O mais barato é de 70 reais. Uma promoção sincera seria a de atrair uma classe social menos favorecida. Quer dizer: a redução não tem nenhum efeito econômico, pois partiu da referência extorsiva que é a do preço histórico de 150 reais.
Resta saber se o Furacão jogará com um pouco mais de equilíbrio nas funções de defender, marcar, criar e atacar. Concordo que dar solução às deficiências individuais que repercutem na ordem de jogo não é tarefa facil com Marcelo Cirino e Bruno Nazário. Mas não se pode negar que Tiago Nunes está fazendo o Furacão evoluir para um estágio de time. Uma vitória sobre o Penãrol pode não resolver o futuro do Atlético nesta temporada, mas vai escrever uma bela página de história, o que já é alguma coisa para um livro, cujas últimas páginas estão em branco.
Derrota lógica
No Estádio Independência, em Belo Horizonte, Atlético Mineiro 2×0 Paraná.
Já era esperado.
Consciente das limitações, obrigando-se a compensá-las pela disciplina tática, o Tricolor propôs o jogo de alto risco, que é o de recuar para proteger a zaga ao invés de fechar espaços no meio. É o tipo de proposta que não admite erro. Mansur errou, fez falta, que cobrada alcançou a cabeça de Leonardo Silva. Galo 1×0.
Já era esperado.
Perdendo, o Paraná apresentou uma outra proposta para o segundo tempo: avançar todas as linhas para entrar no campo adversário, expondo a sua defesa. É até que com uma ou outra jogada contra o goleiro Victor, equilibrou-se. É o tipo de proposta que não admite erro. Caio Henrique errou e feio. Ao atravessar uma bola no meio, deu-a a Elias, que avançando por uma defesa vazia, marcou. Galo: 2×0.
E aí, esgotadas as suas propostas, o Paraná se entregou.