Na Baixada, pelo Brasileiro, Atlético Paranaense 4×0 Sport.
Sem Pablo, o Furacão, às vezes, parecia um time bloqueado, sem lucidez. Raso e com um jogo marginal, não teve profundidade; morno e sem variações ofensivas, ficou engessado; e daí, sem a inteligência de Pablo, e com as intensas limitações de Bergson (um horror), obrigou-se a usar uma convenção que não gosta: a bola cruzada.
Bem por isso só foi marcar no segundo tempo, e com jogadas de bola longa e alta: a cabeçada de Thiago Heleno, no primeiro gol, foi de uma bola vinda de Rafael Veiga; o gol de pênalti de Bergson, de uma bola alta que partiu de Lodi. O terceiro, de Bergson, e o quarto de Rony, foram marcados já quando o jogo estava no campo da diversão. É que sem Magrão, obrigado a sair por contusão, e não podendo substituir, o Sport mandou o meia Gabriel para o gol.
Mas, o Atlético é um time tão superior ao Sport e impôs essa sua superioridade natural, que não precisou jogar mais do que jogou. E, ainda, assim, só não goleou, porque o goleiro Magrão fez três defesas com características de milagres.
Raphael Veiga, que jogador, foi o melhor em campo.
Pronto!
O Furacão, que estava sendo rebaixado pela dupla Diniz-Petraglia, resolveu a sua vida no Brasileiro. O que precisa, agora, é resolver a sua vida na arquibancada.
Como explicar um time de jogo brilhante, recuperado no Brasileiro, entre os dez primeiros, e partindo como favorito entre os brasileiros nas etapas finais da Sul-Americana, atraia apenas 13 mil em um estádio como o da Baixada? Os valores de usura e o sistema biométrico limparam as suas arquibancadas.
Às vezes, parece que quanto menor o público, é melhor para Petraglia.
Pensava que era insensibilidade de uma pessoa sem sentimento.
Mas começo a desconfiar de que já é outra coisa.
Volta ao caixão
Quando o Coritiba ganhou do Avaí, no Couto Pereira, o seu técnico Argel Fucks, usando como metáfora, o conto bíblico da “Ressurreição de Lázaro”, afirmou que “o Coxa levantou do caixão”. Escrevi que se era verdade, tinha que lembrar que Lázaro não só levantou, como seguiu bem frente.
Quando precisou seguir em frente, contra o fraco Figueirense, no jogo de Florianópolis, o “Lázaro” do Couto Pereira foi incapaz de conservar uma vitória, que seria justa. O empate a dois gols, deixa o Coritiba a seis pontos da zona de acesso. É muito ponto para quem não ganha fora de casa.
A última canção
Consciente, Reynaldo Accioly Neto, o Reyzinho, já sabia que tinha um único sopro de vida. Inteligente, quis aproveitá-lo externando todo o amor por valores que construiu durante os seus 54 anos de vida: dizer “eu te amo” às pessoas que realmente amava, e a cantar aquela que dizia ser a mais bela canção que aprendeu na vida.
Um pouco antes de ir embora, pediu ao maestro Serginho Justen que fizesse um novo arranjo. E com a música do conjunto “Azeitona”, cantou, despedindo-se da vida.
Canta, também, para nós, Reizinho!