Nos exemplos clássicos, nunca existem excessos. A época e a cultura, as diferenças históricas e materiais mesmo em relevo, não deixam de ser bons exemplos.
Guardiola se tornou o maior treinador do mundo, porque foi fiel às lições de Cruyff, o criador do novo Barcelona. Sem ele, o time catalão usando o critério da aposta, contratou uma dezena de técnicos. Nunca mais foi o mesmo.
O São Paulo era vencedor Muricy Ramalho, mas entendia que era substituível de pronto. Apostou e até hoje está perdendo.
O Athletico vai terminar o ano sob os aplausos do futebol brasileiro. Ganhar títulos foi apenas a consequência do jogo sublime que joga: equilibrando todos os elementos e funções dentro de campo, devolveu a naturalidade que o futebol havia perdido. E, por mais que a vaidade no CT do Caju se perturbe, o responsável foi Tiago Nunes, que tomou o caminho errado do Itaquera.
Quando se busca um outro treinador nessas circunstâncias, em todas as opções existem o risco do erro inerente ao futebol. Mas, por essa consciência do risco ser antecedente, há instrumentos para diminui-lo.
Entre as opções que o Furacão listou, e que pode ser a escolhida, está uma extraordinariamente temerária: Rogério Ceni. Se for o escolhido, o Furacão vai jogar uma moeda no escuro e não terá luz para encontrá-la.
Ceni tem um péssimo defeito para o exercício da função: quer impor a autoridade hierárquica pelo que foi como goleiro, e não pelo que é (se é que conseguirá tê-la) como treinador. E, a sua autoridade de campo, criou um ranço de autoritarismo que continua provocando desconforto nas relações pessoais e internas. E, se não fosse o bastante, por sempre preferir impor a sua individualidade, vai querer aplicar as suas ideias, que não se conciliam com os interesses do Athletico.
Sem festa
A humilhação que provoca a Segundona, às vezes, provoca a humildade. E, a humildade devolve o sentimento de grandeza. Os coxas não festejaram a volta ao Brasileirão. Humildes, voltaram a sentirem-se grandes.