Na Baixada, Athletico 3×0 Fluminense.
Resignado por ser humilde, o treinador Tiago Nunes passou um bom pedaço de 2018 obrigado a absorver a maldade, que afirmava de que o seu sucesso no Athletico era resultado de um suposto plantio anterior de Fernando Diniz. Por ser grandioso, não se humilhou, nem mesmo quando foi destratado por seu patrão.
Ontem, na Baixada, pelo Brasileirão, o Athletico, de Nunes, encontrou-se pela primeira vez com o Fluminense, de Diniz.
Já na primeira lição, Nunes ensinou que não basta o treinador ter ideias. É preciso ter competência didática para transmiti-las, ensinar como executá-las. Por isso, de imediato, um Athletico avançando todas as suas linhas, tendo o seu gestor Lucho González à frente, controlava a velocidade do jogo, abria espaços para atacar, movimentando os jogadores e a bola. Bem resumida essa lição, se Diniz prestou bem atenção, aprendeu que melhor momento de ganhar a bola é logo depois de perdê-la.
E, assim, Rony cruzou para Lucho, de cabeça, marcar o primeiro gol. E, assim, Marcio Azevedo que substituiu Lodi, cruzou para Rony fazer o segundo. E, assim, por todos os lugares do campo, dominando o tempo, a bola e os espaços, o Furacão criou chances para golear, que pararam em Rodolfo.
Já com o Fluminense reduzido com a expulsão de Airton e disperso, como é todo o time de Diniz, Tiago deu a segunda e definitiva lição: mostrou que o resultado é consequência do jogo. Não precisa ir além. Se já há domínio e há placar, basta o time administrá-los. E foi o que Tiago mandou o Furacão fazer. Com um falso recuo, atraiu o Fluminense. Seus contra-ataques estavam ficando em Rodolfo, até que a bola chutada por Marcelo Cirino desviou em Yuri e entrou para o terceiro gol.
Nunes tirou o guarda-pó impecavelmente branco, agradeceu a atenção e foi embora. Se não fosse humilde, lembraria Confúcio: “Se não sabes, aprende; se já sabes, ensina”. Acabara a aula que Diniz precisava ter, obrigou-se a assistir, e se for humilde, nunca esquecerá.