Vencer o Paraná por 1×0 não foi o bastante para a torcida do Atlético. Saiu aborrecida da Baixada porque viu o time, outra vez, sem brilho. O gol de Eduardo da Silva foi daquelas chances isoladas, e àquela altura, quando o time tinha dado por Rossetto um único chute contra Léo, foi daqueles gols por acaso. Ganhou, é verdade, deslocando para o Paraná a obrigação de reverter a vantagem.

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Dirão que um 1×0 é pouco, e com esses números, em Vila Capanema, o Paraná já ganhou. As circunstâncias são outras: daquela vez, ganhar não era obrigação para o time de Wagner Lopes. Jogar tendo a obrigação de ganhar é outra coisa, é bem mais complexa.

O que ocorre com o time de Autuori? E não é coisa de ontem, que só foi uma repetição do jogo da Vila, que tinha sido pior que o jogo contra o Jotinha. Certa vez, Autuori falou que no banco não consegue enxergar muito um jogo de futebol. Então, se subir um degrau, vai ver como anda o seu time: o meio-campo desorganizado, com Lucho, Nikão, Otávio e Rosssetto confundindo-se no exercício das funções.

Um meio indefinido impede a criação de um sistema de ataque, porque ataque não há. E não haverá, enquanto Crysan e Douglas Coutinho continuarem sendo escalados para sejam acertadas contas vencidas. E não é coisa de ontem, mas já há tempo esse Furacão vem se arrastando.

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Em tempos de insegurança e decadência, toda a vitória é glória bendita. Vejam bem, não o analiso o projetando-o para o jogo de volta na Vila. Mas pelos negócios mais importantes a serem resolvidos, esse futebol que o Atlético vem jogando não dará solução. Como jogar contra o Flamengo, no Maracanã, pela Libertadores.

Finalista

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Em Cascavel, o Coritiba goleou: 5×0. Para concluir que as suas virtudes foram bem maiores do que os limites do Cascavel, não seria preciso ver o jogo. No futebol atual, na casa contrária, de gramado com variantes de terra, ganhar já é virtuoso. Fazer, então, 5×0, sinaliza grandes virtudes.

Foi a lógica, concordo. Não a goleada, mas a vitória em si.

Mas, um 5×0, sempre serve para acalmar os nervos.

Vida amarga

Como é dura a vida do Jotinha. Tem que ganhar em Londrina, onde quase ninguém ganha, jogar absurdamente bem, fazer um placar clássico, 3×1, e depois não saber se a vitória valeu ou não, em razão do caso Getterson. Sei que valeu, mas só a expectativa da solução provoca um caos no campeonato.