O cartola Mario Celso Petraglia acusou o agente Bruno Paiva de ter inviabilizado a vinda de Clarence Seedorf para comandar o futebol do Atlético. Foi além: denunciou ser o agente o responsável pela saída do goleiro Weverton e pela não profissionalização do menino Bahia.

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Em nota pública, os agentes Bruno Paiva e Marcelo Goldfarb afirmam: “a idade chegou para Mario Celso Petraglia e, infelizmente, com ela veio a deterioração de sua saúde mental”. Avançam para tratá-lo como “ditador, gagá, com dificuldades de organizar seus pensamentos externando surtos de delírio”.

Eu sei que leitores, alguns babando esperanças, estão esperando a minha opinião.

Ei-la: ao contrário do que os agentes afirmam, Mario Celso Petraglia não está “gagá”, e mantendo a autodeterminação, tem a capacidade de organizar os seus pensamentos. Isso quer dizer que de todos os adjetivos citados na nota dos agentes, só sobra um: ditador. É aí que está o grande problema.

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Como ensina o pensador francês Albert Camus (1913 – 1960), “um ditador não tem amigos, apenas cúmplices”. Ocorre que os cúmplices também cansam. O grande problema de Petraglia não é a idade de 74 anos, mas a consciência de uma dura verdade: o mundo mudou o campo para o exercício dos direitos individuais e amplia-se todos os dias. Ninguém mais (nem os cúmplices) admite se submeter ao estado de opressão. Se Petraglia sempre se impôs arbitrariamente, qualquer recusa provoca-lhe variações de comportamento, que podem se confundir com delírios.

Quero dizer que a tempo eu perdi a inocência.

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Petraglia está muito lúcido, garanto.

Na nota oficial que acusou os agentes de subtração dos direitos sobre o goleiro Weverton e o jovem Bahia. Se os agentes tivessem acertado Seedorf, não iria acusá-los, pois já era fato consumado, o que sugere que era do seu interesse.

Bem resumido: é uma guerra de quadrilhas, um caso que não tem anjos e nem “gagás”.

E só uma vitima: o Atlético.