Silêncio

Sem mal querer, pergunto: qual a razão do silêncio do doutor Mário Celso Petraglia? Desde setembro que passou, o senhor do Atlético silenciou. Um silêncio como esse, de uma pessoa acelerada por orações verbais e escritas, já foi matéria enfrentada pela psicologia. Enquadra-se na, a Inteligência Emocional, que é a aquela que demonstra a capacidade de avaliar e expressar para controlar as emoções. Esse silêncio pode ser bom, mas, também, pode ser ruim. Só que há algo ameaçador num silêncio muito prolongado, escreveu Sófocles, na tragédia de Eurípedes. Esse silêncio está sendo bom para o Furacão? Para responder irei contar uma história. Quando a Justiça Desportiva suspendeu o Atlético por um ano e eliminou Petraglia do futebol, eu escrevia horrores em minha coluna. Escrevi até que “o que Petraglia fez, foi por amor ao Atlético. Eu faria também”. Petraglia me pediu para ficar em silêncio, porque minhas manifestações repercutiam como opinião do clube.

Lembrei que Charles de Gaulle disse que o silêncio é um refúgio.

Petraglia pode não escrever e não falar, mas não pode dormir.

Os interesses que apoiam o Corinthians foram escancarados no pênalti, que o árbitro curitibano Rodolfo Toski Marques deu para derrotar o Inter. Não imaginei que à essa altura da vida, voltasse a ver fantasmas. Talvez, estivessem apenas escondidos.

O rei Juan Carlos perguntaria: Por que calas, Petraglia?

Pagamento

Só para lembrar: o Inter aliciou e levou o veterano Ceará para o Beira-Rio, comprometendo-se a pagar 1 milhão de reais ao Coritiba. Como o atleta acusou uma lesão, os gaúchos quiseram devolvê-lo como se fosse uma mercadoria com defeito. O Coritiba não aceitou e transformou o seu crédito em causa de um processo de cobrança.

Carpegiani nasceu e foi criado no futebol no Beira-Rio. O Inter sempre foi indiferente a ele depois que esse se tornou treinador.

O Inter, entre outros resultados, precisa de uma vitória do Coritiba sobre o Vitória.

Os colorados, agora, querem pagar ao Coritiba. E nunca Carpegiani teve o seu passado colorado tão enaltecido como está sendo agora. Seu telefone não para de tocar.

Essa historinha lembra a letra de “Geni e o Zepelim”, de Chico Buarque para a “Ópera do Malandro”.