Sem trauma

No Couto Pereira, Coritiba 3×0 América Mineiro.

Se o primeiro tempo fosse a regra do jogo, seria possível afirmar que o Coritiba venceu o América Mineiro por um fato casual. Jogou mal e o gol de Kazim foi ilegal, porque Alan Santos, que cruzou, dominou a bola voltando de impedimento.

Mas ocorre que um jogo de futebol tem noventa minutos, e quinze minutos de intervalo quando tudo, às escondidas, pode acontecer. Até Carpegiani ver que, também, erra. Corrigiu o erro principal: Juan, que jogava como lateral, foi jogar no meio, e mandou Raphael Veiga ser ponta de lança pela direita. E o que se viu foi um outro Coxa no segundo tempo. Embora com a defesa insegura e mal protegida, alcançou o estágio do equilíbrio necessário para cumprir a obrigação de vencer sem traumas.

Com um time arrumado, o jovem Raphael Veiga tem sequência de craque. No segundo gol, embalou e enviou uma bola com seu registro para Juan, fazer de cabeça. Os coxas continuaram dominando, até que veio o lance que criou a sua imagem mais forte, que foi o lance do terceiro gol, também de Juan, que completou uma linha de passe que começou com Raphael Veiga.

Raphael Veiga foi o melhor. Que belo jogador!

Jogaria no meu time.

Tubarão

Porque é distante, porque o sotaque não disfarça a cultura paulista, porque é grandiosa e independente, às vezes, esqueço que Londrina está no Paraná. Essa é uma das consequências da falta de integração com o interior.

Mas, eis, que Londrina ressurge com uma nova versão do Tubarão, o Londrina Esporte Clube, por Sergio Malucelli, seu gestor. Na zona de acesso para a Série A, o Londrina depende apenas de si. A sua grande virtude é a campanha metódica que faz: foi ganhando posições na mesma proporção que ganhava qualidade técnica. E junto com Malucelli, outra cobra criada no futebol, Ocimar Bolicenho. Futebol é mesmo para quem entende.

Vitória

Com origem no futebol, apenas Paulo Rink foi eleito para a Câmara Municipal. E o foi em razão de um fato provocado por uma reação judicial do Atlético. A ação que queria impedir da imagem de Rink de atleticano acabou transformando tendo efeito contrário: os torcedores da geração de 1995 e 1996 lembraram-se dos gols do artilheiro – e, tratando-o como vítima, resolveram homenagear o ídolo. É a hipótese escancarada do tiro saindo pela culatra.

As coisas sérias, às vezes, tornam-se divertidas.