Há coxas de bom senso e são milhares. Esses estão conscientes de que a crise técnica do campo já passa a ser consequência direta da crise política. Essa associação é hoje o elemento motivador da explosão final, que torna mais previsível o retorno do Coritiba à Segundona. Explico.
Como não se deve levar a sério uma ideia sem propósito, não adotei a intenção de Vilson Ribeiro de Andrade ser candidato à presidência do Coritiba. A falta de propósito é que Vilson, que já foi presidente e mais do que ninguém sabe que o Coxa precisa de uma renovação de idéias, que só é possível, com a renovação de pessoas.
O rompimento de Vilson com Samir
Mas, agora, fico sabendo que Vilson rompeu com o grupo de Samir. Ao rompimento precede um acordo. Quer dizer: independente das condições, Samir estava querendo usar a pessoa de Vilson para continuar exercendo o poder no Coritiba. Rompendo, Vilson fez prevalecer o ideal de coxa.
O rompimento se torna irrelevante. A intenção de continuidade de Samir é que ganha destaque. Esgotadas todas as suas condições para ser candidato à reeleição, quer continuar exercendo o poder através de acordos políticos. Dito de outra forma: quer criar um mecanismo de transformar o seu candidato em laranja. Para o Coritiba, só falta alguém ser “laranja” de Samir.
A solução para essa crise, e que talvez seja a única que possa salvar o clube do rebaixamento, é a que as eleições não sejam transferidas para após o Brasileirão. A eleição em dezembro não tornará a crise no campo mais grave, porque o clube está infectado por Samir e seu grupo. Nessa situação, as eleições em dezembro, com a posse imediata da nova diretoria, podem vir a ser o milagre que o Coxa está precisando para ainda ficar no Brasileirão.
Bem resumido, a queda ou não do Coritiba passa a depender dos sócios.
O circo de Brasilia
Em Brasilia, o presidente Bolsonaro recebeu cartolas, conselheiros e presidentes de associações de classes. Riu, fez piada, tirou fotos, divertiu-se, transformando mais de oitenta pessoas em plateia de circo.
A Lei do Mandante, que interessava, tornou-se assunto secundário. A pressão de classes, em qualquer gabinete, mesmo sendo o do Presidente da República, nunca resultou em lei. Ainda mais tratando-se de futebol. A Lei do Mandante só irá ser redigida, discutida, votada e aprovada com a união de Flamengo, Botafogo, Vasco, Fluminense, Corinthians, São Paulo e Palmeiras.
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