Já se vão muitos anos, lá em Guarapuava, colecionava ídolos pelas vozes de Pedro Luiz, Edson Leite e Mário Morais, na Rádio Bandeirantes. E não era qualquer ídolo: Pelé no futebol, Eder Jofre no box e Maria Esther Bueno no tênis. Da minha coleção, daquele tempo de ilusão, se não fosse de imortais, só restaria Pelé.

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As vozes de Pedro, Edson e de Mário calaram-se, e a já mortal da esquerda de Eder, recolheu-se. Agora, foi Maria Esther Bueno, que ganhava títulos jogando tênis em Wimbledon, como se antes passasse por Moscou e aprendesse lições de dança no Bolshoi. Bem por isso, os ingleses a eternizaram como a “Bailarina”. Essa minha coleção de infância nunca irá acabar, porque guardo a lição que aprendi de Fernando Pessoa: “às vezes ouço passar o vento; e só de ouvir o vento passar, vale a pena ter nascido”.

Talvez, por isso, absorvemos o maltrato dos valores dos nesses tempos, que são os nossos tempos de desilusão. No sábado, o Atlético rasgou e jogou no lixo uma das mais belas páginas da sua história: os 36 anos de invencibilidade contra o poderoso São Paulo. Na Baixada, era muito mais tempo, era o tempo de uma vida inteira.

E não foi coisa só do futebol. Perdeu por 1×0 para um razoável São Paulo porque foi incapaz de jogar o mínimo. Foi uma derrota anunciada, como vem sendo todas elas, consequência do absolutismo maldoso, inconsequente e incompetente que dirige o Furacão.

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A torcida pede a demissão de Fernando Diniz do comando. Há tempo eu peço. O pênalti que Nenê converteu no gol do São Paulo foi dirigido e produzido pelo treinador. Por sua exigência, o goleiro Santos quis sair jogando num local povoado, perto da área. Bruno Guimarães, assustado com a bola, tocou mal, obrigando Camacho a fazer o pênalti.

Mas a saída de Diniz resolverá uma pequena parte do problema. Não irá resolver o seu o problema central, que é o comando ditatorial, do qual são impostas as soluções de campo com jogadores do nível de Marcinho, Bergson, Bill, Wanderson, Camacho e Guilherme, só para lembrar os de sábado.

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