Qual o Atlético que vai jogar?

Se o Atlético Paranaense fosse um clube normal, sujeito às variações de sentimentos provocadas em campo, seria possível afirmar que a importância do jogo contra o Grêmio, na Baixada, pela Copa do Brasil, iria além do resultado. Uma derrota, por exemplo, provocaria pressão sobre a diretoria, como seria normal em um time que há três perde, sem fazer gols. Mais, ainda, ambientada na dispensa dos jogadores, que em tese, seriam os mais importantes Walter e Vinicius.

Mas ocorre que Furacão há tempo deixou de ser um clube normal. Afastando-se da letra e da alma de seus estatutos, tocado por um comando arbitrário, deixou de ser um clube do povo.

Os representantes da torcida, que são os conselheiros, e até quem se apresenta como presidente eleito, sempre manipulados por algum fato, se deixam ser usados como enfeites para disfaçar a legalidade dos atos. Um ato do comando de uma entidade que exerce uma atividade pública torna-se ilegal quando é preciso de discussão, debate e consulta popular. Por esse comando arbitrário é que o Atlético se torna inusitado: próximo da elite no Brasileiro, disputa a fase eliminatória da Copa do Brasil e cria um ambiente de tensão.

Quero dizer o seguinte: o resultado de hoje contra o Grêmio para o Atlético que vive do lado de fora da Baixada é importante. Só que o Atlético que vai jogar é aquele que foi tomado pelo poder isolado impõe o silêncio e as decisões às escondidas como forma de preservação.

Dirão que eu concordei com a saída de Walter e já havia criticado Vinicius. Não nego, mas há um detalhe: em analiso como crítico, cuja opinião não está necessariamente atrelada aos fatos que ocorrem dentro do clube. Mas a dispensa foi consequencia de um ato intempestivo, contra a opinião do treinador Autuori e do ex-diretor Paulo Carneiro – que, bem ou mal, tinha o controle da gerência do futebol. O presidente, que por estatuto tem o poder de veto, calou; a diretoria, que deveria ser consultada, foi ignorada; e a torcida, a qual foi prometida um “grande time”, foi desprezada. Não é pelo ato no seu mérito, se é certo ou errado, mas a forma como ele é praticado.

Bem que o Atlético que vai jogar contra o Gremio tenha a dignidade daquele que vai assisti-lo.

De primeira

O senhor do Atlético Mário Celso Petraglia marcou uma reunião do Conselho Deliberativo do Atlético para discutir vários assuntos. A oposição destaca que o tema principal é a FUNCAP. Se estivesse tão preocupada, teria ingressado na Justiça desde a reunião anterior. Ou ingressaria agora para apontar publicamente as deficiências do edital e os seus objetivos. E na prática, em razão das leis que regem o instituto da Fundação, entendo ser uma discussão estéril. O assunto mais importante é outro. Sexta feira volto ao tema.

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