Depois que resolveu ser grande, o Athletico, de vez em quando, fica diante de uma enorme encruzilhada histórica. A próxima está à sua frente: ganha do Internacional a Copa do Brasil e ingressa definitivamente no âmbito dos maiores brasileiros, ou vai ter que aceitar a realidade de que títulos exigem maiores riscos, investimentos e capacidade de gerência.
No entanto, o fato de chegar nesse cruzamento não autoriza ignorar uma verdade: nunca, em uma decisão, o Furacão conseguiu equilibrar o seu presente ao passado do contrário, como se obrigou a submeter-se na final da Libertadores contra o São Paulo, e na Copa do Brasil contra o Flamengo.
Dito de outra forma, é o seguinte: o belo histórico de títulos dos colorados, não o torna, no presente, maior do que o Athletico. Depois de eliminar o Flamengo e o Grêmio, o Furacão, tornou vulnerável o favoritismo imprimido pela tradição. Quem diria que, em pouco tempo, alcançaria o estágio de fazer um jogo de iguais com o Internacional “campeão de tudo”.
A projeção do que pode vir a ser um jogo, mais do que teoria, é especulação. No entanto, ao tratarem dessa decisão contra o Internacional, os atleticanos necessariamente têm que lembrar do Grêmio. E, daí, perguntam: o Internacional será mais difícil do que foi o “Imortal”?
Sem entrelinhas, respondo: será. E, para ter certeza desse fato, não é necessário ser um analista de teorias que regem finais do futebol. Afirmo, que o Internacional exigirá mais do Furacão, simplesmente, por ser mais gaúcho do que o atual Grêmio. Esse, com Renato Gaúcho, adotou a faceta do jogo jogado, do jogo fácil com a bola passada, do jogo vaidoso, que torna os seus golpes imprevisíveis, enquanto, esse Colorado, mantém-se fiel ao estilo nativo da marcação, do jogo truncado, do contra-ataque e da velocidade. A beleza para esse Inter está em ganhar, sejam quais forem as circunstâncias.
Se dependesse apenas do Furacão e do Colorado, havia a garantia de uma grande final. Mas, agora, intrometeu-se um novo elemento, que no Brasil, está tendo mais influência do que o craque: o VAR, o vídeo de arbitragem, que ao invés de ser assistente, tornou-se o verdadeiro árbitro, com alguns vereditos “poucos republicanos”. O que era certo, passou a ser incerto.