Não sou daqueles que eventualmente entendem, que Mário Celso Petraglia tenha que carregar o “caixão” até final. E, motivos não faltariam para esse querer, em especial, por sua conduta desumana no desprezo à dignidade dos atleticanos. Tratar o Athletico como time de bairro e a sua torcida como uma falácia (mentira) foram agressões imperdoáveis.
Afasto esse sentimento por dois motivos: os princípios católicos que são a base da minha formação atuam como um freio não deixando à vontade deslizar; e, se tivesse um “caixão”, nele estaria um corpo, o do Clube Athletico Paranaense, e um pedaço da alma de cada atleticano.
Por estar doente, Mário Celso Petraglia confessou que está deixando de fazer muitas coisas que gostaria nesse momento do Athletico. E tem coisas que ele não confessa, mas, sabe que não pode.
A principal é promover o acordo com a Paraná Fomento para iniciar o pagamento da dívida originária da construção da Baixada para a Copa do Mundo. A causa da divisão tripartite com o Estado e o Municipio, embora justa, por falta de ação do clube em juízo para o fim específico, virou apenas tese. Pelos mais diversos motivos, há um constrangimento de credores para tratar de assuntos com Mário Celso Petráglia. Um caso de R$650 milhões não se resolve por vídeo conferência.
O futebol precisa urgentemente de uma intervenção caráter amador. A experiência com Paulo André custou R$50 milhões e pode custar a Segundona. Nesse momento, só os atleticanos são capazes de salvar o Athletico. Qualquer profissional por mais honesto e capaz que seja (é o caso de Paulo Autuori), não irá além das obrigações do seu contrato.
Só a renúncia a intransigência, a arrogância, aos propósitos em dúvida, ao exercício do poder absoluto para negar o direito de um povo (torcida atleticana), é capaz de fazer emergir os valores nobres do ser humano. Através dessa renúncia, o homem torna-se grande, e aprende o valor de muita coisa. Do perdão, por exemplo.
Está na hora de Petraglia pedir perdão aos atleticanos para unir o Furacão.
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