Não sou contra parcerias no futebol. E reformando minha posição, hoje entendo que a forma associativa dos clubes é teimosia.
Bem por isso, não sou contra o Paraná buscar uma solução para a sua vida. O que sou contra, é a falta de transparência em que todo o processo se desenvolve. Antes, os parceiros, eram russos. Agora são dois russos e um português, depositando milhões de reais para serem geridos por Felipe Ximenes, que numa Lava Jato do futebol, no mínimo, se submeteria a medidas cautelares.
Um projeto.
Quais são as metas exigidas, e qual o tempo máximo de execução para o Paraná sanear as suas dívidas, inclusive cíveis, e ter vitórias e conquistas em campo? Os encargos sociais do funcionalismo do Departamento de Futebol, equivalente a 80% da folha, serão suportados pelos estrangeiros? Qual é o patrimônio dessa empresa, no Brasil, para eventualmente ser responsabilizada no caso de excessos praticados em nome do Paraná?
Ontem, a Justiça do Trabalho, do Rio de Janeiro, concedeu uma liminar que impede o Botafogo, sob o pretexto de se transformar em sociedade anônima, crie situações que venham fraudar credores.
Pequenos conflitos
Entre as mensagens que recebi, está uma que me trata de impaciente e pessimista em relação ao Athletico. Os dois adjetivos parecem se confundir, porque o pessimismo teria origem na impaciência.
Se a impaciência e o pessimismo são defeitos, não os tenho. Se os tenho, não é em relação ao Furacão. Ao contrário, nem mesmo com o tempo, deixei de me iludir em certos momentos. Às vezes, sou um pecador por otimismo.
Exatamente por ser otimista, conclui que o Athletico havia alcançado a sua autossuficiência financeira. Nesse estágio, a valorização interna de um time campeão seria tratada como uma consequência natural. Nada que não seria vencido por uma boa administração.
No entanto, quando se esperava apenas uma continuidade, é preciso começar tudo de novo. Um novo técnico, um novo time e novas experiências afastam o Furacão do estágio certo, rebaixando-o para o duvidoso.
Mas, agradeço as críticas. O jornalismo de opinião é isso aí: por ser um conflito de idéias, provoca uma extensa coleção de juízos e adjetivos.