No Coritiba, vejo Juninho e Dodô jogarem, não me entusiasmo. No Atlético, Otávio e Hernani não me comovem. Diria até que Otávio não joga mais do que Alan Bahia jogava. Da nova geração de Atlético e Coritiba não há muita esperança. Talvez, alguns no máximo para ser objeto de negócio. O Atlético, então, sempre citado como produtor de jovens, é um péssimo exemplo. Desde que adotou a seleção científica para ter jovens no CT do Caju, e deu ao de Departamento de Inteligência formado por especuladores um papel relevante, não revelou um grande jogador. Se esse fosse o critério do passado, o Furacão não teria Cleberson, Fernandinho, Jadson e Dagoberto.

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Mas não pense que é um problema exclusivo dessas bandas. O brasileiro foi mal acostumado. Da geração dos nossos pais projetou-se um padrão extravagante para satisfazer as exigências do torcedor.
Quando a história do futebol brasileiro toma como referência Didi, Garrincha, Gerson, Tostão, Dirceu Lopes, Rivelino, Ademir da Guia, Zico, Falcão, Carpegiani, Carlos Alberto, Ronaldo, Ronaldinho e Rivaldo para indicá-los como padrão de craque e gênios, induz as novas gerações a erro. Daí tornarem-se absurdamente exigentes.

O que o Brasil teve foi a sorte de ter, em sequência, ciclos de gerações de craques. Foi por isso, que conseguiu manter um padrão durante muito tempo, daí explicar o tri mundial (58,62 e 70). Hoje temos que ter paciência e resignação para buscar esperança no que temos aí. Esse Brasil que está jogando as Olimpíadas não será muito diferente do Brasil do futuro. Como nas Olimpíadas passadas, um ou outro vai ser consagrado, o que implica transformar em pesadelo o sonho de ciclos sequenciais de craques.
Não citei Pelé porque estamos falando de jogadores, no máximo de craques, e não de deuses.

Vitória

Já há algum tempo, o grande atleta do Brasil é o ginasta Arthur Zanetti. Desde 2011, ganha pelo menos uma medalha nas competições das quais participou. Agora ganhou a prata das argolas no Rio. Mas ginasta no país que, ainda, pensa em futebol, nunca vai se tornar ídolo. Em uma cultura pobre de solidariedade com vitórias, é capaz de atravessar Copacabana e não ser reconhecido.
Na falta de um ídolo, vamos de Marta, hoje contra a Suécia.

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