Há quem duvide do Furacão, porque ele entra com o signo do placar pequeno (1×0), no El Campín. Seria bem pior se entrasse com o trauma da obrigação de vencer o Millonarios. No entanto, a vantagem do escore pequeno (clássica literatura de Nelson Rodrigues) amplia o campo de opções para o Atlético, que fazem de uma nova vitória um inusitado excesso.
E confesso mais: só não estou mais otimista (embora a minha dose natural já seja suficiente), porque o treinador Paulo Autuori assustou a torcida ao equiparar a Libertadores à todos os outros torneios. Confesso-me confuso sobre a posição revelada pelo treinador. Não acredito que uma pessoa de bem como ele seja insensível à importância que é jogar com o objetivo de ir mais longe possível.
Como vai jogar o Furacão no meio-campo?
Otávio, Carlos Alberto, Lucho González e Nikão ou Otávio, Nikão, Felipe Gedoz e Lucho González? Por não gostar de alisar especulando, adoto como referência o apelo de Autuori do não se influenciar pelo ambiente e limitar-se a se defender. Então, os nomes cedem a importância à forma. Para não ser, assim, condicionado à defesa, o time tem que ter Pablo, seu melhor jogador, avançado.
Dirão que só centro a preocupação no meio campo. É verdade e digo a razão: não é da natureza dessa defesa falhar, embora não tenha Thiago Heleno. E no ataque tem Grafite. E com Pablo adiantado, ficará por perto de um gol que irá fulminar a alma colombiana. Nesses momentos, o Atlético nunca tem a alma pequena.
Grande I
Não entendi o treinador Paulo Cesar Carpegiani ao reclamar de que a disputa com o Vitória, de Vitória da Conquista, é só em um jogo e na casa do adversário, pela Copa do Brasil. O critério não é aleatório, pois adota o princípio de que grande é grande e pequeno é pequeno. O critério, em tese, estimula o time da casa, preservando o favoritismo do grande.
Será que Carpegiani está com medo do seu time perder para o Vitória? Não é isso, é apenas desafio diante da obrigação do time voltar classificado.
Mas cá entre nós: e se o Coritiba perder? Daí não faltará mais nada.
Grande II
Gostei do Paraná. Não protestou contra critério, assumindo a condição de grande em relação ao São Bento, em Sorocaba. Esse fato dá autoridade emocional para jogar.
E digo mais: se jogar o que jogou contra o Coritiba, seguirá em frente na Copa do Brasil.