O minuto eterno

No futebol, as vitórias, também, são provisórias. O danado do tempo, as absorve. Mas, enquanto, têm vida, a sua força histórica é indestrutível. Não é raro, que se marque uma vitória, como a “vitória do século”. Mas, qual o tempo de duração de uma “conquista do século”?

O notável argentino Jorge Valdano, certa vez, provocado para responder essa questão, afirmou: “Pode ser o tempo que dura a chama de um fósforo. Se algo caracteriza o futebol atual é a velocidade do processo digestivo”. Tem sentido. Nessa época de um futebol sem ideal e de sentimentos frágeis, uma conquista, por mais importante que seja, e mesmo que simbolize a antecipação do futuro, pode fazer de século, um dia. Às vezes, a intolerância faz com que só as derrotas sejam eternas.

Os atleticanos desfilam a alegria e o orgulho pela conquista do título no Japão. Devem ter lembrado da lição que nosso poeta definitivo Vinicius de Moraes, deixou para os apaixonados. Em Soneto de fidelidade, ensina-nos a viver a “eternidade de cada instante”. Lembra? “Que não seja imortal, posto que é chama, mas que seja infinito enquanto dure.”

Novas obrigações

O futebol se tornou tão intolerante, que a conquista do Japão criou uma obrigação inusitada para o Athletico: vencer o Grêmio para tentar ganhar a Copa do Brasil, título que dentro dos possíveis, está lhe faltando. Obrigações, assim, mesmo que imediatas à uma conquista, ao contrário de serem tratadas como radicais, revelam o estágio de grandeza que o clube alcançou.

De primeira: Amanhã, eu trato, do fato que antecipei e que foi confirmado: o lançamento da chapa Coritiba Ideal concorrer nas eleições de dezembro de 2020. O anúncio foi no dia errado. Era dia só do Athletico, campeão no Japão.

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