“Para mim o futuro já é coisa do passado”, diz um verso do imortal Bob Dylan. O futuro sombrio do Furacão neste Brasileirão, estimulado pelos seus números negativos, com a vitória sobre o Atlético-MG (2×0), no Mineirão, é coisa do passado?
Se, ainda, há risco em razão do equilíbrio de números que provoca uma variação entre uma rodada ou outra, há que se considerar um fato: com a sua doença (improvisação de técnico) diagnosticada a tempo, o Athletico de Paulo Autuori está se tornando um time no sentido de grupo, que consciente dos seus limites se equilibra por uma disciplina ao esquema tático.
Se o Furacão tem que continuar olhando para baixo, agora tem o direito de olhar para cima na classificação. Esse direito tem como causa apenas essa vitória aspecto de números (2×0) sobre o líder do campeonato, o que já diz muita coisa. Tem como causa, também, e entendo ser a mais importante, o fato que venceu jogando um primor de futebol.
Lembrou o Furacão que Autuori montou, que Diniz estragou e Tiago Nunes remontou: defendendo-se agrupado e ganhando a bola por pressão, adiantou as suas linhas para atacar. Nada mais do que um modelo conservador, mas, nada mais do que absolutamente correto.
E foi ganhando a bola com essa pressão que pegou o Galo saindo para o jogo. No primeiro gol, Canesin pela direita, jogou para trás esperando Christian chegar. E chegou com um belo arremate de fora da área, 1×0.
Logo depois, também, ganhando a bola exercendo pressão, concedeu a Nikão um campo aberto para chutar da entrada da área e fazer 2×0. Eis o detalhe principal da ordem de Autuori: Nikão jogando pelo meio.
Sem traumas, o Furacão administrou a vitória.
Ganhando como ganhou, alcançou águas mais tranquilas para atravessar o seu Jordão.