Novo círculo

Como exemplo de metáfora, o futebol no Atlético parece andar em círculos. Quando dá sinais fortes que encontrou uma linha contínua e definitiva, cria seus próprios obstáculos e não alcança o lugar que se supõe poder chegar. E, daí, obriga-se a recomeçar. Hoje, contra o Santa Cruz, em Recife, pela Copa do Brasil, recomeça depois de ser amável com o Coritiba nas finais do Estadual.

A Copa do Brasil, em regra, não é cara para o Furacão. E esse ano, torna-se mais do que nunca imprevisível em razão do “projeto” do seu Paulo Autuori. Com o fundamento baseado na ciência de que era preciso reservar fisicamente o time para as grandes competições (Libertadores, em especial), o professor provocou uma contradição: por jogar pouco, a base “do time da Libertadores”, literalmente, estourou.

Vejam só: Jonathan saiu, não se sabe quando volta e não tem reserva, porque Léo foi dispensado pelo treinador. Thiago Heleno, o único zagueiro confiável, que vinha jogando, agora nem no sacrifício pode jogar. Otávio ficou parado e perdeu o ritmo. Nikão, o melhor do time na temporada, voltou a sentir o ombro e está fora. Pablo, o único pensador do meio para frente, é vetado no vestiário.

Se não fosse o bastante, há um outro fato agravante: há quase um ano com Autuori, o Atlético não tem uma ordem de jogo. O que parece bonito e ofensivo, é improdutivo. Há 240 minutos o Furacão não chuta uma única bola consciente no gol adversário. Se falta atacante (e falta), falta também a compensação dessa deficiência pelo esquema do técnico.

Às vezes ganhamos consciência no recomeço.

Idealismo

O resto do idealismo de um homem no futebol parece estar concentrado todo em Ernesto Pedroso, dirigente do Coritiba. Eleito pelo voto do associado, teve que sair. Foi esculhambado, humilhado e desprotegido da solidariedade do clube. Desprovido de qualquer espírito rasteiro, armado do espirito de renúncia, socorreu o Coritiba no momento em que todos se afastavam. Interveio e os coxas foram campeões. Essa espécie de dirigente ainda é indispensável no futebol, porque o jogador sabe que ele não está ali para ter benefício material. Mas, também, não pode ser só idealista. É preciso ser um pouco “malandrinho”.

Baixada

Os atleticanos estão surpresos e querem saber porque não abordei a gravissima relação entre Atlético e Paraná Fomento, motivado pelo dinheiro tomado por empréstimo para a construção da Baixada. Irei analisar sexta-feira.