Novo campeonato

Em qualquer segmento da vida, a matemática é ciência exata, mas não é absoluta. Bem por isso, esvazia-se se não for associado a um fato. Aplique esse princípio ao futebol e vai se concluir que os números não sobrevivem ao básico, que são as condições técnicas e individuais dentro de campo. O que eu quero dizer é isso: de nada adianta um time ter um percentual de chance, para mais ou para menos, para alcançar um objetivo, se as suas virtudes são menores que os defeitos.

Pela primeira vez, depois de serem oficializadas as novas regras para a Libertadores, o Atlético volta a jogar, agora, contra a Chapecoense, na Baixada. Como não pode mais ter objetivo de título, é possível afirmar que um novo campeonato começa para o Furacão.

O significado desse fato aumenta a responsabilidade do Atlético. Os números lhe são benéficos, colocando-o em sexto, gerando privilégio de depender apenas de si, o que em um campeonato de equilíbrio é importante. Resta saber se o outro fator, que é a condição de campo, será atendido. Em jogo na Baixada, como hoje, talvez vença, embora a Chapecoense com seus limites seja um time traiçoeiro. Mas o Furacão precisa obrigatoriamente passar a ter uma linha de equilíbrio, sem as intensas variações de sobe e desce. Agora que o interesse da maioria foi provocado para a sexta vaga (até do Coritiba, vejam só!), não se pode mais variar tanto.

Sei que o Atlético chegou no seu limite técnico e individual, como todos os times. Mas se está em sexto, sinaliza que com superação, estágio que nunca atingiu nesse campeonato, pode no mínimo terminar onde está. Mas nem a superação vai adiantar, se houver insistência com Gallhardo, Luan e Lucas Fernandes.

Risco

Já escrevi aqui que o gerente de futebol Alex Brasil, ao tratar da renovação do contrato de Raphael Veiga, provocou um risco do Coritiba ter prejuízo imediato. Pois agora o risco é potencial. Pelo contrato ser renovado apenas até dezembro de 2017, o craque já começa a receber propostas de grandes clubes. Surpreendo-me que o presidente Bacellar não tenha ainda aprendido como se enfrenta os efeitos da Lei Pelé.