Nikão, um homem honesto

Foto: Albari Rosa/Foto Digital/Tribuna do Paraná

Ele próprio contou a sua história. Sem rumo na vida, bebia algumas; não satisfeito, bebia as outras. E, assim, tomando todas, não tinha prumo.

Mas, quando a natureza da pessoa é boa, recuperando a qualidade de seus pensamentos, passa a ter vida. Quando isso ocorreu, Nikão ganhou vida, o Athletico ganhou o seu mais importante jogador dos últimos tempos e o futebol conheceu um homem honesto.

Convido ao leitor fazer uma visita ao passado dos times recentes do Furacão. Nas conquistas da Sul-Americana e da Copa do Brasil, o âncora que criava e mantinha o equilíbrio sempre foi Nikão. Procurava-se por uma solução, em qualquer circunstância de um jogo, Nikão a tinha.

Sem a estrela de Lodi, Bruno Guimarães, Léo Pereira e Rony, sempre foi ele a alma do time. Qualquer ausência era compensada, menos a de Nikão. Diante dessa verdade, autorizo-me a afirmar: nos últimos anos, foi e continua sendo o jogador mais importante para o Furacão.

Por ser muito discreto como ser humano, resignou-se com a importância relativa que sempre lhe atribuíram na Baixada. Honesto, é uma ilha nesse ambiente prostituído por empresários, cartolas e jogadores sem nenhum ideal.

Agora, mesmo, o Corinthians e o Grêmio lhe querem. Poderia fazer o que Rony fez para romper um contrato e ir embora para o Palmeiras. Mas, por seu bom caráter, aceitou a recusa de momento do Furacão.

E foi além: contra o Peñarol, como se fosse o personagem de Marlon Brando, na cena final de “Sindicato de Ladrões”, carregou todo o peso da saudade que a torcida sentia daqueles que foram embora, e não curvou. Jogou tanto, correu tanto e decidiu, que mais do que um grande jogador, mostrou a grandeza do homem.

Cronista comovente

Não sei de onde veio o cronista de cinema Luiz Gustavo Vilela. Não sei se é daqui ou de fora. Não o conhecendo, não sei quem é. Talvez, nesse desconhecido esteja o segredo de me encantar com as suas crônicas na Gazeta do Povo.

Sob o título “Poesia que não morre”, Vilela revisita e analisa o filme “Sociedade dos Poetas Mortos”, com Robin Williams, cuja exibição no Brasil está fazendo 30 anos. Está na Netflix.

Depois de ler a resenha de Vilela, aconselho a minha e a nova geração a rever ou ver o filme. Mas, tem que ser de joelhos.

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