Ao contrário da política, o recesso do futebol brasileiro maltrata o jornalista. O jornalismo político diverte-se com a nova invasão “antras alopradas”, feliz expressão que Alberto Dines deixou em suas lições.
Agora, sob o pretexto de que ocorreu violação ao princípio da imparcialidade na Lava Jato, atacam Sérgio Moro, enquanto juiz da 13ª. Vara Federal de Curitiba. Com reservas, lembram os ingleses que acusaram Winston Churchill de violar regras, ao esconder alguns segredos para derrotar Hitler.
Se Moro deu alguns conselhos a Dallagnol, fez muito bem. Não se romperia o esquema de corrupção no Brasil, guardando políticos e empreiteiros, com despachos de “mero expediente”. Se Lula não estivesse preso, esses supostos conselhos de Moro aos procuradores, poderia se tornar sugestões legislativas.
Para nós jornalistas esportivos restou o Brasil de Tite. Contra a Bolívia, mesmo forçando com vontade forçada para encontrar um ponto (dois, são impossíveis) que mostre uma evolução, o analista esportivo não conseguiu. O Brasil que joga no campo não é o mesmo que joga nas entrevistas de Tite. Às vezes, o treinador parece viver em um mundo paralelo, que lhe cega para ver o óbvio do mundo real.
As suas idéias envelhecidas criam um gravíssimo problema: acostumados a receber e jogar tendo como referências as lições de Guardiola e Klopp, os jogadores ficam confusos ao terem que adotar as do treinador brasileiro.
Na vitória sobre a inexistente Bolívia (3×0), o time não teve o princípio básico do futebol atual, que é a velocidade na circulação da bola. Talvez, a exceção à essa regra, foi quando Firmino desgrudou-se do esquema do treinador, forjou a jogada ensinada por Klopp no Liverpool, para Coutinho fazer o segundo gol.
Então, é natural a resistência a um esquema ambientado por propostas há muito fora de moda.