Os melhores do Brasileirão

Time do Athletico de 1968. Foto: Divulgação/Athletico

Os jornalistas Diogo Souza e Ricardo Brejinski, da Tribuna/Gazeta, bem que me deram a chance de participar da escolha do “melhor time paranaense do Brasileirão”. Por descuido, não enfrentei o emocionante tema.

Minhas escolhas seriam derrotadas.

O “meu melhor time” não seria o Athletico de 2001. Minha escolha destaca dois em primeiro lugar. O “meu melhor” Athletico foi o de 1968: Célio Maciel, Djalma Santos, Belini, Charrão e Nilo, Nair e Paulista (Sicupira), Gildo, Zé Roberto, Madureira e Nilson Borges.

As suas vitórias contra Santos (3×2) e Corinthians (4×0) foram tão extraordinárias que foram transformadas em lendas. Como o gol de Madureira, contra o Santos, e o de Sicupira, contra o Corinthians.

O outro, é o Coritiba de 1973, o de Jairo, Orlando, Oberdan (Pescuma), Claudio Marques e Nilo, Hidalgo e Negreiros (Dreyer), Leocádio, Zé Roberto, Tião Abatiá (Hélio Pires) e Aladim.

Era o tempo do Palmeiras, de Ademir da Guia; Internacional, de Carpegiani, Falcão e Figueiroa, do Vasco de Roberto Dinamite e do São Paulo de Pedro Rocha. Esse Coxa só não foi para a fase final porque o arbitro viu um pênalti inexistente de Pescuma em Cesar Maluco, quando o Coritiba ganhava de 1×0, no Parque Antartica. Repórter, eu estava atrás do gol de Leão.

Bicho do Paraná

Na revista impressa Gazeta do Povo, o imortal Dante Mendonça escreve a crônica “Bicho do Paraná, a voz nativa da terra dos pinheirais”. Conta que certa vez Elói Zanette, o maior de todos os publicitários, à procura de uma identidade dos paranaenses para uma campanha do Bamerindus, afirmou: “Mineiro é mineiro, carioca é carioca, gaúcho é gaúcho, paulista é paulista, e o paranaense não tem identidade”

A RPC exibiu duas preciosidades da história do futebol paranaense: Athletico 1×0 São Caetano, que tornou o Furacão campeão do Brasil de 2001 e Coritiba 1×1 Bangu (vitória nos pênaltis), que deu ao Coxa o título brasileiro de 1985.

A exibição dos dois jogos limitou-se a Curitiba e a região metropolitana. O restante do Paraná, assistiu finais de times paulistas.

O critério adotado pela RPC prova que o paranaense continua sem identidade. O desprezo por nossos valores começa por nós. 

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