Houve um tempo de que alguém que se dispunha a ser candidato à presidência de um clube de futebol, o fazia para satisfazer um sentimento próprio. É do amor puro. Cumprindo bem ou mal a missão, voltava para a arquibancada.
Essa proposta de vida passou a ser uma exceção dentro do futebol brasileiro. Essa exceção pode até ser absorvida, sem implicar em continuidade, se o cartola foi um realizador. A regra, agora, é a de que sob o pretexto de implementar um projeto, mesmo fracassando, o cartola teima em sair.
Samir Namur é um coxa forjado na curva superior dos fundos do Couto Pereira. Desceu de lá, aproveitando-se da crise de coxas capazes, para cair na presidência do Coritiba. Não tinha projeto, não tinha conhecimento da essência do futebol profissional, era um estranho no ninho. Três anos depois, continua sem projeto, sem conhecimento, quase um estranho.
O resultado está aí: o Coxa que há tempo vem sendo corroído no corpo e na alma. Com Samir, só não quebrou, porque a força da sua torcida segura no muque os seus pedaços.
Ocorre que Samir é candidato à reeleição. Para ter essa obstinação, das duas, uma: ou perdeu a consciência da realidade e de si próprio, e aí deveria submeter-se a um tratamento; ou, tem interesses pessoais, que necessariamente, não são os interesses do Coritiba.
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Para alcançar esse objetivo, Samir está apropriando-se do Coritiba. Agora, no dia 12 de novembro, mandou para a sede da Império, caixas de sobra de produtos do Coxa (marca 1909) para que a organizada faça, em seu benefício, um bazar. O valor contabilizado do material teria sido de R$ 70 mil. A Império domina o quadro associativo que irá eleger o novo presidente.
Não afirmo que Samir esteja comprando votos e a Império vendendo-os, embora o fato ocorrendo em época de eleição, sugira, também, essa interpretação. Independente de intenções, essa ação promíscua de Samir, tipifica o abuso de poder, que já vicia a sua própria candidatura, e coloca sob suspeição as eleições de dezembro.
Contra o Bahia, desfalcado pelo Covid-19, o Coritiba joga no Couto, definitivamente, o contra os números: de 19 jogos, precisa ganhar nove. Um tem que ser hoje, porque a compensação fora, é pouco provável.
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