O Athletico não anunciou as suas prioridades imediatas. Talvez, porque não possa tê-las em razão da sua conduta temerária no Brasileirão. Daí ser possível concluir, que não há prioridade, há objetivo imediato.
Se o jogo contra o Bahia, no sábado, pelo Brasileirão, é o ponto central para diminuir o constrangimento de ficar na zona de baixo, esse jogo contra o Colo-Colo, do Chile, pode remetê-lo para a fase eliminatória da Libertadores. E não é pouca coisa por prestigio e dinheiro.
E a análise, talvez, possa afastar o impedimento do Furacão exercer a faculdade de prioridades, criar alternativas que descaracterizam aquele que se imagina o time ideal.
Há motivos para afirmar que não precisa tê-las. Sem grandes jogadores, o seu grupo carrega tamanha igualdade, que as mudanças pouco influem. Tanto que é verdade, que nenhum torcedor é capaz de lembrar de imediato, com a exceção do goleiro Santos, a formação do time que começou nas vitórias contra o Coritiba e o Jorge Wilstermann.
Bem por isso, esse Furacão é mesmo inusitado. Mudou tanto, que não precisa anunciar que irá poupar esse ou aquele jogador. Podem ter algumas variações entre um ou outro, mas, na média, há equivalência. Se por uma qualidade discutível, é uma outra questão. Hoje precisa ganhar do Colo-Colo. Embora não possa muito, o Brasileirão pode esperar.
Volta do público
A autorização do governo Bolsonaro para que o público possa voltar aos estádios, na prática é letra morta. A volta continua dependente dos prefeitos. Na verdade, a decisão deveria ser dos clubes, porque esses submetidos ao regime legal, são os responsáveis finais por qualquer evento danoso que venha ocorrer.
Se houve prova indiscutível de que a aglomeração dissemina o vírus, foi o futebol quem ofereceu: Atalanta x Valência, em Milão, foi o jogo que influiu no massacre que o vírus provocou na região da Lombardia, na Itália.
Na Inglaterra, o governo ouviu a ciência, e suspendeu os estudos para a volta do público aos estádios. Na Espanha e na Itália, os clubes têm até receio da reação do próprio público diante da segunda onda do vírus.
Não acredito que, em Curitiba, o prefeito Rafael Greca vá liberar. Candidato à reeleição, o ato político em seu benefício seria proibir o retorno do público aos estádios.