Coisas que não se esquecem

Mario Celso Petraglia, presidente do Athletico. Foto: Albari Rosa; Arquivo Gazeta do Povo

Só para lembrar: eleito em 2009, Petraglia determinou que o Athletico entrasse com uma ação de indenização contra o ex-presidente Malucelli pelos valores pagos e prometidos para contratação do uruguaio “Morro” Garcia. Não havia causa, mas, a simples proposição submeteu Marco Malucelli, ao constrangimento moral dentro da associação à qual se dedicou desde criança.  

Pergunto: se por alguma razão, Mário Celso Petraglia tivesse que deixar o Athletico, e assumisse alguém conflituoso, sem controle de seus rancores pessoais, poderia ou deveria fazer, o que ele fez contra Marcos Malucelli? 

No caso, o dever, atua como uma faculdade, constituindo-se em uma questão de consciência, reclamando alguns valores que pertencem só à pessoa.  E, poder, é o direito de fazê-lo Direito, que reclama uma causa jurídica.

Em tese, haveria a mesma causa para uma ação contra Petraglia. Em 2017, o cartola fez o Athletico obrigar-se a pagar R$12 milhões, em valores atualizados para dezembro de 2019, entre direitos, comissões e salários, por Felipe Gedoz. Tão logo chegou, Gedoz foi embora pelos vícios da madrugada. Por ser um negócio especulativo, sem nenhum critério de avaliação técnica e pessoal, a contratação de Gedoz é o exemplo da irresponsabilidade de um cartola que não se interessa em preservar o dinheiro do clube.

Por esses dias, a torcida perturbada, pergunta:  qual a razão do Athletico pagar R$10 milhões e o lateral Abner não jogar? Qual a razão que o motivou a investir só em salários R$6 milhões em Adriano, cuja tendência é se contundir e não jogar?

Mas, Petraglia, que não se preocupe. Não há razão para ele, agora, deixar o Athletico.  E se tivesse, não há nenhum atleticano com a capacidade de armazenar tantos rancores e usar o clube para desafogá-los. 

No entanto, o motivo para não se preocupar é outro: o Superior Tribunal de Justiça, confirmando as sentenças de origem, e os acórdãos do Tribunal de Justiça do Paraná, negou ao Athletico qualquer direito haver indenização. Reconheceu, que Marcos Malucelli teve uma conduta absolutamente irrepreensível como presidente, e que os supostos danos, não passavam da conta dos rancores de Petraglia. Se Petraglia, um dia, for réu num processo como esse, terá um precedente para sustentar a sua defesa. Basta telefonar para Malucelli e o terá.   

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