Aconteceu com Dorival Júnior, o que teria acontecido com qualquer outro treinador que fosse o escolhido para substituir Tiago Nunes: as comparações com o Athletico de Tiago seriam inevitáveis.
Embora, no caso, as comparações tivessem que ter a mínima consideração com o esfacelamento integral do time campeão da Copa do Brasil, Dorival Júnior aparelhou a sua defesa.
Personalista como são todos os treinadores, quis imprimir as suas idéias de jogo que excedem em passes laterais e ausência de velocidade. Bem por isso, o Furacão de Dorival lembrava tudo o de Fernando Diniz, e nem um pouco, o de Tiago Nunes.
Mas, e se Dorival quisesse manter a ordem de Tiago, conseguiria?
Eis a grande questão.
Se Dorival era um problema, não era o maior dos problemas. A execução do seu trabalho, também, foi impedido pelo ambiente criado por Paulo André no CT do Caju.
A atuação do diretor executivo causa estragos desde 2019, com as contratações dos caríssimos Adriano e Abner. As intrigas que motivaram a saída de Tiago Nunes foram criadas por Paulo André. Simples: sem Tiago, estaria aberto o caminho para ele implementar seus interesses como executivo.
Salários desiguais
O ambiente explodiu com os salários pagos a Richard (R$ 400 mil), Marquinhos Gabriel (R$ 400 mil), Carlos Eduardo (R$ 350 mil) e Geuvânio (R$ 300 mil) todos para atender empresários ligados a Paulo André. Para se ter uma noção do sentimento de desigualdade no Caju, que, no intervalo do Atletiba que decidiu o Estadual, Tiago Heleno buscou, com toda a sua energia uma satisfação de Adriano, por aquele estranho pênalti.
E, Mário Celso Petraglia sabe muito bem o impacto que causa o desequilíbrio de salários em um grupo de jogadores. Em 2009, em campanha para voltar ao clube, ele próprio invadiu o sistema de dados do Athletico e expôs publicamente os salários. As diferenças salariais entre Paulo Baier, Morro Garcia e Guerron com outros, incendiou o Caju, rebaixou o Athletico, e Petraglia foi eleito presidente.
Agora está sentindo o gosto do seu próprio veneno.
A saída de Dorival não acaba com a desigualdade no Caju. Pode ser amenizada como fator de influência nas derrotas, com a saída de Paulo André.
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