Um título, quando é ganho três vezes em sequência (é o tricampeonato puro), indica a supremacia do ganhador. Mas, se a conquista é limitada a um estado, esse estágio superior tem pouca utilidade. Bem pensado, a partir da busca de expansão ou sobrevivência nacional, as conquistas estaduais servem mais para ilustrar a história e orgulhar o sentimento do torcedor do que para qualquer outra referência.

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O Athletico é tricampeão paranaense. Mas, nenhum dos três títulos deixou tantas dúvidas técnicas e individuais como esse terceiro. Os dois anteriores foram conquistados com times de jovens e treinadores em transição. Ao contrário, esse do tri foi ganho com o milionário time e o concorrido técnico Dorival Júnior. Foi o pior time dos três da conquista do tricampeonato estadual.

E o mais grave: ao contrário dos times e treinadores de 2018 e 2019, que eram passageiros, esse do tri é a base do time que jogará o Brasileiro, a Libertadores e a Copa do Brasil. Há anos a torcida do Athletico não lança tanta desconfiança em um time como nesse formado por Paulo André e Petraglia.

Depois de tanto tempo, é possível adotar o juízo para se convencer de que Adriano (R$ 250 mil), Marquinhos Gabriel (R$ 350 mil), Carlos Eduardo (R$ 350 mil), Abner (R$ 10 milhões) e Bissoli são excessos que, por serem onerosos, pressionam o técnico a escalar. E, se não bastasse a falta de qualidade dos milionários, há o fato da inexplicável dificuldade que Dorival Junior enfrenta para dar o mínimo de padrão que compense as carências individuais.

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A maior prova desse estado duvidoso que o Furacão carrega para o Brasileiro (amanhã, contra o Fortaleza), é a de que, dos reforços, só Walter, que não joga há 18 meses, é a esperança.

Drama

Contra o Internacional, no Couto, o Coritiba começa a jogar o Brasileiro. A única certeza que tem é o seu objetivo imediato: não voltar para a Segunda divisão. No futebol atual, a hipótese de surpresa tem que ter o mínimo de possibilidade.

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O fato do Coxa ter sido igual, e até, às vezes, superior tecnicamente ao Athletico em vários momentos da decisão estadual, deprecia, ainda mais, o time. É que para ser melhor que o Furacão de Dorival Júnior não precisa muito coisa. Sendo e perdendo os dois jogos, prova a sua fragilidade.

Se o Coritiba for humilde e se propor à esse objetivo de não ser rebaixado, a sua torcida pode ter alguma esperança.