Atletiba I, final do Estadual de 2020: na Baixada, Athletico 1 x 0 Coritiba. Se o Furacão tivesse mais qualidade individual e técnica, seria possível afirmar que a vitória, embora carregue toda a aparente simplicidade do 1 a 0, seria suficiente para mandar fazer as faixas de tricampeão paranaense.
Afirmo isso porque, indo bem além dos seus limites, o Coritiba jogou mais do que pode. As mais importantes frações do jogo, foram dele, por um fato: as carências do Athletico são maiores do que as suas virtudes. Nesses períodos de maior lucidez, se Rafinha, Robson e Igor jogassem com maior estimulo ofensivo, o Coxa teria provocado mais o goleiro Santos, que foi exigido em uma única bola.
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Bastou um Coxa bem aplicado na pressão para que fossem escancaradas as profundas deficiências técnicas e individuais do Furacão. Já não se pode garantir se Abner, Marquinhos Gabriel, Carlos Eduardo e Bissoli não jogam porque são fracos, ou se não jogam, porque o treinador Dorival Junior não consegue vencer, mesmo com todo o tempo do mundo, as suas dificuldades para dar uma ordem ao time. Já começo a desconfiar que as duas coisas estão associadas.
O Furacão que levante as mãos para o céu de não ser constrangido com um gol coxa até aos 35 minutos da etapa final. Depois desse momento, um elemento começou a intervir a seu favor: a condição física. Enquanto o Coritiba arriou, ao ponto de ter que substituir Rafinha, Patrick Vieira e Galdezani, que eram o seu sustento, o Athletico tinha uma boa sobra de condição física.
E, a representação objetiva desse fato, foi a jogada do gol. Lembremos: aos 90 minutos de jogo, Wellington, o melhor em campo, ganhou uma bola, enquanto as linhas coxas ingenuamente estavam avançadas, e lançou Vitinho. Esse, em velocidade, cruzou para Cittadini que, vindo de trás, venceu Muralha, com um chute de esquerda.
O futebol é pródigo para se criar teses do absurdo. Uma delas é a que diz que “1 a 0”, em confronto de ida e volta, é muito pouco. No caso do jogo da Baixada seria, ainda, mais absurda se o Coritiba não chegasse ao seu limite, e se o Athletico não mostrasse que as suas deficiências não são ocasionais. O jogo no Couto Pereira não será muito diferente do que foi na Baixada.