Volte-se à 12 de dezembro de 2015. Os sócios atleticanos foram convocados para elegerem o novo presidente do clube. De um lado, a chapa CAP Gigante, comandada por Mário Celso Petraglia; de outro, a de oposição Atlético de Novo, que tinha João Alfredo da Costa Filho como candidato à presidente. Todas as pesquisas apontavam equilíbrio. Algumas, surpreendentes. Uma interna encomendada pela situação, indicava João Alfredo como vencedor. Então, Mário Celso Petraglia reuniu a imprensa para acusar João Alfredo de ter “o nome sujo e as mãos sujas”. Essa agressão mudou o rumo das eleições: por uma diferença de 249 votos, irrisória pelo poder e pelas realizações de Petraglia, o “Atlético de Novo” perdeu a eleição.

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Abalado pela agressão sofrida, João Alfredo se afastou da vida do Atlético. Seu nome só foi citado mais tarde por ter sido o grande responsável pela aliança de Greca e Beto Richa. De fato: foi num café da manhã, em sua residência, que foi consolidada a aliança que decidiu a eleição a favor de Greca. João Alfredo é um dos homens da equipe de transição do futuro prefeito. Usando a literatura de vestiário, no novo governo João Alfredo irá “escolher o número da camisa”. Só não poderá escolher a de número 1, que é a do Greca e nem a de número 10, que é a de Luiz Fernando de Souza Jamur, um dos maiores urbanistas do Brasil.

A presença e a importância de João Alfredo, não obstante ser a administração pública um mundo diferente, e por isso exigir do agente tratamento impessoal, não pode ser dissociada do sentimento que ficou com a agressão pública sofrida perante a torcida do Atlético. Com certeza, direta ou indiretamente, a solução da dívida da Baixada terá que passar, também por “nome e mãos” que foram tratados como “sujos”.

Mas, talvez, nem João Alfredo seja chamado para dar uma solução.

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Uma divisão tripartite implicaria em aumentar as quotas do potencial construtivo no contrato de construção da Baixada. E, aí, não há autoridade maior sobre esse assunto que a de Luiz Fernando de Souza Jamur, funcionário de carreira do Munícipio, intransigente no cumprimento da lei, dos contratos e do respeito à ética. De repente, para o Atlético pode até ser melhor resolver o caso pela lei, pelo contrato e pela ética.

O mundo é pequeno e Curitiba é mesmo uma aldeia.

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Os caminhos e os interesses sempre se cruzam.

E, às vezes, é preciso pedir desculpas.