A Baixada exerce tanto fascínio, provoca emoções tão profundas que, às vezes, o Atlético Paranaense nem precisa jogar bem. Jogando já é o bastante para vencer.
Foi em razão esse ambiente majestoso que o Furacão ganhou da Chapecoense, 3×1. Por falta de um atacante, andou desengonçado a maior parte do tempo. Foi por isso, que tomou um susto quando sofreu o gol de Filipe Machado de uma Chape que lhe era superior.
Mas foi só susto, coisa passageira. A sorte lhe soprou a favor: contundido, o péssimo Luan pediu para sair. E aí veio Rossetto, e então, a vida do Furacão mudou. Hernani empatou de pênalti, depois de Danilo praticar dois milagres em bolas saídas da cabeça de Paulo André e Lucho Gonzáles.
No segundo tempo, o Atlético voltou desconexo. Uma ou outra jogada pela direito de Lucas Fernandes e nada mais. E aí ocorreu uma daquelas contradições que só o futebol tem o poder de provocar. Contundido, Hernani – o melhor do time – teve que sair. Entrou João Pedro, um loirinho, que parece estar servindo o Exército pelo corte militar, que por veloz e driblador deu vida ao lado esquerdo, que estava morto. Foi ele quem cobrou o escanteio para Pablo, de cabeça, marcar o segundo.
Quando os atleticanos já se confortavam com a simples vitória, sem brilho, veio a influência da Baixada querida: o menino Rossetto, de fora da área, pegou na veia da bola, jogando-a no ângulo esquerdo do goleiro Danilo. É daqueles gols de escrito na história, e nem precisar reler, cravar na memória para nunca mais esquecer.
Hernani foi o melhor do time.
Mas pelo gol, o jogo foi resumido em Rossetto, pois o jogo do Furacão durou um segundo, exatamente, o tempo que levou a bola dos pés do menino até a rede.
Retorno
Foi no Beira Rio que Carpegiani começou a escrever a sua história no futebol. Jogando pelo Inter, fez com Falcão um dos meios mais nobres da história do futebol brasileiro.
Hoje volta treinador, agora, pelo Coritiba. Só quem conhece Carpegiani sabe quanto ele vive esse momento, quando volta ao Beira-Rio.
Antes de viajar, conversou comigo. E foi dizendo: “Veja e depois conversamos”.
De um time comandando por Carpegiani, tudo se torna imprevisível.