Se o Atlético for excluído da Libertadores, o que é possível, uma das identidades que persegue Petraglia, a de mercador de ilusões, em razão das suas promessas, voltará com toda a intensidade.
Desta vez, talvez, não seja justo. É que o Furacão, sem dinheiro para contratar, limitou as passadas de Paulo Autuori no mercado dos excluídos: Carlos Alberto, Grafite, o croata Eduardo da Silva, Jonathan e a permanência de Paulo André, não eram as soluções queridas. Sem recursos para investir em bons jogadores, foi para esse mercado, que acaba envelhecendo qualquer time.
Então, a pergunta é: por quê falta dinheiro para investimentos no futebol? É aí que a culpa de Petraglia volta e torna-se grave. O senhor atleticano está revelando sinais de fraqueza na busca da solução para a dívida originária da construção da Baixada. E, não é pela da idade, mas em razão de que a fama dos seus velhos hábitos, embora muitos deles já estejam aposentados, continua assustando a ponta credora.
E essa falta de solução da dívida tem consequência direta com o futebol. Sem entrelinhas, o Furacão não terá um grande time enquanto não solucionar o caso financeiro da Baixada. Há uma lógica que decorre de princípios básicos de economia: se é preciso poupar por não saber o que o futuro reserva, é arriscado investir em grandes jogadores.
Provoca-se, então, outra dúvida no torcedor: quando é que virá a solução? A solução política que seria viável em razão do direito de exigir a divisão tripartite, já beira o impossível. Foram tantas as pessoas envolvidas, e são tantos os pontos a serem acertados, que criou a hipótese de que na colcha de retalhos sempre falta um. E sai caro.
O Atlético deveria buscar a solução no Judiciário. Ele tem uma causa honesta por ter o direito, que se exibe a seu favor desde que Município e Estado concordaram em gastar o que se gastou para construir o estádio. Não entendo essa inércia do Furacão.