Pode-se defender teorias, agarrar-se em razões, mesmo que sejam mandadas pelo acaso, mas no futebol tudo é simples, e nada é inexplicável. O Atlético perdeu (1×0) ontem para o Palmeiras o seu primeiro jogo na Baixada, não foi porque jogou mal. Perdeu, simplesmente, porque seu time é inferior ao do Palmeiras. O time que me refiro é no sentido de jogadores agrupados, e disciplinado com objetivos. Ao contrário do Atlético, Palmeiras foi e é um time com início, meio e fim, como é todo o time comandado por Cuca. Dá gosto ver um time de Cuca jogar.
Com posse de bola desde a saída, sem dar um único chutão, ocupando espaços, agrupando setores, o líder foi subjugando o Furacão. No segundo tempo, sem amarras mesmo vencendo, criando chances pela esquerda, pareceu até com uma certa prepotência, própria dos times que sabem que o que fazem é correto. O gol de Vitor Hugo, em falha de Tiago Heleno, foi de bola vinda de escanteio, que é um dos recursos que esse time de Cuca usa com perfeição.
O Atlético não jogou mal. Jogou o que sabe e o que pode. Poderia até empatar com Paulo André e Hernani, em bolas pegas por Jailson. Mas foram em jogadas casuais, vindas do improviso que um time sem meias (Cabral e Fernandes são péssimos) obriga-se a praticar, o que no futebol de esquemas é fatal. A chance perdida para Marcos Guilherme, na última bola do jogo, e sendo um jogo como foi o de ontem, não se pode perdoar.
A derrota não traz nenhum trauma ao Furacão. Mas há uma questão mais importante a ser resolvida: o treinador Paulo Autuori vive criticando jogos quarta e domingo. Agora que o time vem jogando só nos finais de semana, passou a perder.

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Evoluindo

Em Belo Horizonte, o Coritiba empatou com o Cruzeiro (2×2) um jogo que revelou uma virtude que não existia e necessária para não se constranger tanto entre os últimos: a reação imediata quando o placar lhe é desfavorável. Sofreu o gol de Rafinha, mas não alterou os planos de Carpegiani. Como tinha sido bem projetado não demorou para empatar com Kazim e virar com Juan. O empate mineiro foi consequência das circunstâncias, que ambienta um jogo como esse em que o adversário joga em casa e não pode perder.
Com mais uma semana, com Kleber e João Paulo, Carpegiani deve dar um pouco mais de jeito nos coxas. E precisa. Contra o Santos, no Couto Pereira, o Coritiba vai jogar uma partida para dividir as suas águas nesse campeonato.

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