Na Baixada, pela Libertadores da América, Athletico 0 x 0 Jorge Wilstermann (Bolívia). E assim saiu de campo como o Furacão, o primeiro brasileiro já garantido para a fase das oitavas.
O Athletico teve o campo, a bola e o adversário sob tutela. Mas, quando o jogo estava indo para o final, com a defesa desprotegida sem Wellington, e o boliviano Pato Rodrigues obrigou Santos a fazer uma grande defesa, lembrei de uma lição do ex-treinador Otacílio Gonçalves. Quando a FIFA revolucionou o futebol, mandando somar três pontos em caso de vitória, o mestre Otacílio, como um pregador, passou imediatamente a ordenar: “Deve se fazer tudo para ganhar. Mas, se não é possível ganhar, empate”.
O Athletico, precisando ganhar para a classificação ser antecipada como primeiro do grupo, quis ganhar, jogou para ganhar e até merecia ganhar. No entanto, falta-lhe um elemento que o futebol não prescinde: o goleador. Não precisava ser ninguém extraordinário. Um Marco Ruben, por exemplo, embora na Baixada tenha sido, às vezes, extraordinário.
O Furacão jogou como jogou para ganhar as suas últimas quatro partidas. Bem ordenado, expandindo o jogo pelos lados, em especial, pela esquerda com Abner. Só que ontem, a defesa do Jorge não abriu os espaços para Christian e Erick, que vinham de trás. Aliás, Christian nem veio.
Aí, o time ficou dependente dos “falsos 9”, Pedrinho, Fabinho e Bissoli, que são atacantes, que dependem de acabamento final. Não podem carregar a responsabilidade da solução de gol. Quando as substituições começarem a acontecer, o jogo desfigurado, mudou de características: o Furacão cruzando bolas para o baixinho Bissoli, e o Jorge, em contra-ataque, sem velocidade.
Alcançar um objetivo de cada vez é princípio indisponível na vida. A classificação sem depender da última rodada, contra o Peñarol, em Montevidéu, deve ser exaltada. Ser primeiro é consequência.
Abner, vejam só, foi o melhor em campo. Só não apareceu mais, porque lhe falta companhia no lado esquerdo quando vai ao ataque.
Derrota de Paulo André
O Athletico se classificou sem Marquinhos Gabriel (já foi embora), Richard, Aguillar, Carlos Eduardo e Geuvânio. Todos contratados com pesados ônus, pelos critérios pessoais do gerente Paulo André, não aparecem na fotografia que se tira antes do jogo.
Paulo André iniciou uma nova carreira com os vícios dos antigos: adotar critérios através de amizade e interesses.
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