O que leva um treinador a descartar dois raros bons jogadores de um time sem qualidade? Para ser específico: o que leva Paulo Autuori a escalar o Athletico sem Nikão e Cittadini, precisando vencer o Flamengo, no Maracanã, pela Copa do Brasil?
O futebol, por viver de fatos não autoriza adotar presunções para interpretar a atitude de um treinador. Autuori, mesmo consciente de que Cittadini e Nikão são imprescindíveis nessa época de fracassos, prefere guardá-los para o jogo contra o Fortaleza, pelo Brasileiro.
O diretor técnico (treinador interino) adota como referência um fato real e não ilusório: a Copa do Brasil passou a ser uma grande ilusão. A realidade como referência é outra: abrir a rota de fuga da segunda divisão. E essa, necessariamente, passa pelo jogo de sábado contra o Fortaleza, na Baixada. Pelos matemáticos, partir de sábado e até a última rodada, o Furacão tem que ganhar dez jogos para evitar a queda. Se Cittadini e Nikão são raros, então não há razão para correr risco por uma simples ilusão.
Está certo Autuori. Se o Furacão enfrentar a sua atual realidade, é capaz de evitar o mal, que é o de ser rebaixado.
É preciso que a torcida veja o jogo no Maracanã com compreensão. Se, ainda, pelo excesso de paixão não aceita uma a derrota como um fato natural pela fragilidade de comando do clube, é preciso mudar. Há derrotas que precisam ser absorvidas sem traumas. O coração precisa guardar energia para jogo que tem que necessariamente tem que ser vencido, como o de sábado contra o Fortaleza.
Não lembro quando o Athletico esteve tão vulnerável como nesses dias. Se não bastassem todos problemas graves e diários, agora, os hackers invadiram o seu banco de dados. Se estavam à procura dos segredos do futebol, perderam tempo. Todos os jogos o Furacão prova que não tem segredo nenhum.
Esperança perigosa
As crises diárias do Athletico estão fazendo um bem para o Coritiba. É que a sua torcida parece ter esquecido que o time não consegue sair da zona do rebaixamento. E, por isso, até aceitou a contratação do treinador Rodrigo Santana como uma solução para o clube.
Estou desconfiando que Pachequinho vai carregar o piano no final.
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