Encruzilhada

O Coritiba joga hoje contra o Atlético Nacional, de Medellín, pela Copa Sul-Americana. Mas não há como jogar hoje sem desprezar a situação de angústia provocada pela ameaça de rebaixamento que vive no Campeonato Brasileiro.

A partir desse fato surge a questão de premissa: com esse time, qual é o estágio em que o Coritiba pode chegar na Sul-Americana? A resposta irá enfrentar a outra questão, talvez, mais importante para o futuro do clube: não seria melhor priorizar o Brasileiro, guardando-se para o jogo contra o Fluminense, que definitivamente dividirá as suas águas?

Não haveria essa dúvida se não houvesse a derrota no Atletiba.

Retorno consagrado

Quando cheguei na Tribuna, o jornalista Carlos Maranhão estava se preparando para ir embora. Não vejo Maranhão há décadas. Se me lembro bem, nosso último encontro foi em 1971, quando esperávamos o final de um coletivo do Atlético, naquela Baixada ilustrada por pinheiros. Agora me lembro bem: eram Maranhão, o saudoso Hélio Teixeira e eu esperando para entrevistar Valdemar Carabina, técnico do Furacão. Nós mesmos, que não conseguíamos esconder a alma rubro-negra, e por isso éramos incluídos naquela que os coxas chamavam de “imprensa atleticana”.

Em São Paulo, na Editora Abril, Carlos Maranhão se tornou um dos maiores jornalistas do Brasil. Seu texto continua apegado a romantismo próximo dos latinos. Quando escreve sobre futebol, obriga-nos a ler de joelhos.

Hoje, Maranhão volta a Curitiba como escritor de uma obra cuja leitura já é obrigatória por contar, sem censura e sem entrelinhas, a história de Roberto Civita, o dono da Editora Abril. O livro torna-se ainda mais portentoso por ser escrito por alguém que foi testemunha da própria história que narra. A fidelidade da narrativa poderia se esgotar nesse testemunho, mas Maranhão vai além, dissertando uma pesquisa histórica.

O lançamento em Curitiba de “Roberto Civita – o dono da banca”, será hoje, às 19h, na Livraria Curitiba do Shopping Barigui.