No futebol, ensina o velho Aurélio, reserva é o jogador que está na suplência do titular ou que o substitui no decorrer de uma partida. Como milagre digital, não sei se existe uma edição atualizada do velho companheiro. Se existir, ao tratar especificamente do sinônimo da palavra no futebol, bastaria escrever: reserva é reserva. E se precisasse de uma prova, bastaria olhar o empate a dois gols do Atlético com o Ceará na Baixada.

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Não foi porque teria jogado mal que o Furacão não ganhou e deixou de entrar no G6. Até que foi razoável. No segundo tempo, com Lucho, Rony e Nikão, mais do que razoável, foi superior.

Mas apenas os três não tirou o caráter de reserva. É muito pouco para compensar jogadores como Wanderson, Zé Ivaldo, Bergson, Camacho e Cirino, que em um grande time tratá-los como reservas seria excesso. E 2×2 acabou sendo achado, pelo pênalti (Richardson) e o gol (Felipe Azevedo), que o Ceará perdeu.

É quase certo que, através do Brasileiro, o Atlético não irá para a Libertadores. E se por essa via não for, não há que se culpar o treinador Tiago Nunes. Os culpados serão outros. Ao contrário, Tiago usou a consciência de que a vida do Furacão está no jogo contra o Fluminense, no Maracanã. Um treinador que diminui os riscos, é uma pessoa racional. Risco maior seria, que por uma avaliação equivocada, perdesse por contusão, por exemplo, Léo Pereira e Thiago Heleno para o Maracanã, e tivesse que jogar com Wanderson e Zé Ivaldo.

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Já escrevi e repito. Com a excelência da campanha na Sul-Americana, e pelos danos causados pela dupla Diniz-Petraglia no turno, o Atlético fez muito nesse Brasileiro. Pelo que aquela dupla fez, era para fazer o que o Ceará do Lisca doido fez ontem na Baixada: comemorar a fuga do rebaixamento.

Campeão verde

O Palmeiras ganhou do Vasco, e o Brasil tem um novo campeão. Logo, só a história lida será capaz de lembrá-lo. Um campeão sem nenhum craque, ao contrário, centrado no jogo bruto de Felipe Melo, e na velocidade de Dudu. Seu treinador foi Scolari, um técnico que é mestre na escola do futebol ganho no erro contrário, e não nas próprias virtudes. O seu verde não é o da cor da camisa, mas da cor do dólar da senhora Leila da Crefisa.

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