O leigo não está obrigado a saber, e então explico: Mário Celso Petraglia quer executar o projeto da Fundação do Atlético que chama de FUNCAP. No caso, pretende transferir todos os bens imóveis, nome, marca, dinheiro de televisão, bens de toda a natureza para essa Fundação, transformando o Atlético em um simples instrumento para gerar riquezas.

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Até aí era possível compreender e até aceitar a ideia. Mas a proposta passa a provocar dúvidas, beirando suspeitas, quando os estatutos da FUNCAP impõe a eleição de dirigentes com cargos vitalícios.
Sob o pretexto de inaugurar um ginásio no CT do Caju, Petraglia convocou os conselheiros e na pauta propôs a discussão para aprovação dos mais diversos assuntos: misturou o julgamento do ex-presidente Marcos Malucelli, com o das torcidas organizadas, e enfiou entre eles a FUNCAP. O simples fato de misturar assuntos de natureza diversa, já sugere desconfiança de propósito.

Esses são os fatos.

Ocorre que Mário Celso Petraglia, ainda, não se convenceu que o seu tempo de fazer o que quer e quando quer já passou. Dele e de qualquer brasileiro que não tenha intenções transparentes.

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O Atlético Paranaense como instituição da maior torcida do Paraná, contraiu uma dívida de gratidão com Nestor Baptista, conselheiro do Tribunal de Contas do Paraná. Para proteger o interesse público (e aí diretamente o da torcida atleticana) Nestor Baptista fez o que a oposição do clube não teve iniciativa de fazer e deveria, o que a diretoria da Paraná Fomento que é credora, por conveniência de negócio ignorou, e o que governador Beto Richa se omitiu. De ofício, o Conselheiro proibiu a alienação de qualquer bem do Atlético, em especial à favor da FUNCAP. Foi além: suspendeu qualquer discussão sobre a FUNCAP, enquanto houver interesse público nos bens do Atlético.

Quando o parecer de Nestor trata especificamente da Baixada e do CT do Caju, não limita a apreensão apenas a esses dois bens. A interpretação que se dá, é que todos os bens, de qualquer natureza, passam a ser indisponíveis, na medida em que é princípio elementar que a sua alienação é fraude a execução ou fraude a credores.

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O assunto mais importante passaria a ser o julgamento de Marcos Malucelli, ex-presidente do Atlético. Mas esse já não será mais possível, pois a mesa diretora deixou de notificá-lo no prazo do edital para que sustentasse pessoalmente as suas razões de recurso. Qualquer decisão será anulada.

Por um motivo especialíssimo, que é o casamento da filha Betina, com Marc-Etienne, em Montreal, ficarei até dia 12 sem escrever e atualizar essa coluna. Marc-Etiene tem tudo para ser o meu genro preferido: fala francês e mora bem longe.