Direito e vaidade

A torcida do Athletico foi impedida de ver aquele, que teria sido o melhor jogo do seu time no Brasileiro: no Mineirão, contra o Cruzeiro, por 2 a 0. Por ter sido no sábado, o jogo jogado se tornou notícia velha. Mas, nem por isso, no fato dissertado esgota-se o seu interesse público. Nele, mais importante do que a vitória, passou a ser a questão de que a sua torcida foi impedida de vê-la.

Sempre entendi a razão de Mario Celso Petraglia, enquanto dirigente, como um direito do Athletico. Se entende ser discriminado pela televisão no sistema pagar-para-ver, deveria mesmo negociar outras condições. No entanto, esse direito de negociação deveria guardar as reservas mais importantes que o próprio dinheiro: o interesse e o respeito à sua torcida.

Ocorre que, isolado pelos outros clubes, o Furacão se tornou irrelevante no quadro geral. A discriminação no futebol brasileiro, independente das circunstâncias de momento, é intocável: o Flamengo sempre será o Flamengo, e o Athletico sempre será o Athletico. É ilegal, é imoral, é desumano, mas é o sistema impenetrável. Só mesmo uma lei improvável poderia torná-lo justo.

Diante desse quadro, o Athletico deveria usar as suas reservas para rever a posição: o interesse e o respeito à sua torcida deveriam sobrepor a qualquer outra condição. Esses fatores, passam a exercer influência sobre a razão que formava o seu direito. Mantida a intransigência de Petraglia, o seu exercício vai para o campo do abuso. Neste momento, o que prevalece é a vaidade de Petraglia em “bater de frente com a Globo”, e não o interesse da torcida do Furacão.

De volta

Patinando, passando mais uma rodada sem entrar no G-4, onde o Paraná já está há uma semana, o Coritiba volta a jogar no Couto. Contra o Botafogo-SP, faz o seu jogo mais importante dessa fase da Segundona. O empate (1×1) em Ponta Grossa tornou-se um fato menos grave diante da opinião do seu treinador Umberto Louzer. Disse ele que “foi muito bom o ponto ganho do Operário”. O espirito de retração de quem comanda no campo, inibe o próprio time.

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