Se, nesse jogo contra o Flamengo, no Maracanã, o Athletico tivesse o seu dia de 7×1, não seria humilhante. Com time baseado em seus reservas, exilado por 45 mil flamenguistas alucinados, contra “o mais Querido” de 100 milhões de dólares, não seria tão frustrante como foi perder, como perdeu, por esses 3×2.
No futebol, como na vida, há fato para tudo. Podemos não o enxergar, podemos não querer o ver, mas que existe, existe. Mas, até encontrá-lo, não há como tratar essa derrota do Furacão a não ser como uma injustiça da bola.
Da sua tropa de elite, o Athletico destacou para jogar apenas Santos, Léo Pereira e Wellington. Era muito pouco para compensar tamanha a fragilidade de Madson, Márcio Azevedo, Brain Romero e Marcelo Cirino, e a inexperiência de Rossetto e Erick, contra um Flamengo regado a ouro.
E, ainda, assim, perdeu o primeiro tempo pela falha de Madson, que originou o pênalti de Santos, do gol de Gabriel.
Não sei se com a sua tropa de elite completa, o Furacão jogaria o que jogou no segundo tempo. Avançando Erick e Rossetto, fez do Maracanã um ringue; e escolhendo o canto direito, fez dele o corner perfeito. Nele, bateu mais no Mengo do que Cassius Clay bateu em Sony Liston, quando aquele se apresentou como “o Dono do Mundo”, em Miami. Então, criou duas chances (a segunda, de pênalti) para Cirino marcar dois gols.
O Furacão tinha tamanha supremacia, que fez o Maracanã praguejar contra o treinador Abel Braga, muito mais que o povo praguejou contra o frio no canto de Raul Seixas.
Mas, não há nada pior, do que um Flamengo em desespero no Maracanã. Pois foi esse que jogou os últimos quinze minutos.
Qual o fato que derrotou o Furacão? Foi o erro de Cirino, do qual originou a jogada do gol de empate de Bruno Henrique? Foi a falta de previsão de que Rodrigo Caio viria de trás, como no terceiro gol? Ou, a entrada de Paulo André e Bruno Guimarães, em estado gélido, para um jogo temperado a cem graus?
A injustiça de encontrar culpados em um jogo como esse sai muito cara. A frustração que pague a conta.
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