Critérios

Quero propor a vocês uma questão: qual é o propósito de fundo de uma pesquisa que conclui sempre que os clubes paranaenses são menores populares no Paraná do que paulistas e cariocas? Com todo o respeito aos meus patrões, há uma temerária contradição na última pesquisa encomendada. Ao mesmo tempo em que o grupo RPC manifesta a boa vontade de continuar televisionando os jogos do Campeonato Paranaense, os jornais que o integram dão destaque, outra vez, à submissão popular dos nossos clubes aos dos grandes centros.

Uma pesquisa como essa tem que ser analisada com muitas reservas. O instituto Paraná Pesquisa, e não é a primeira vez, adota um critério equivocado, à partir da formação do povo paranaense. Com base na origem dessa formação, não é arriscado afirmar que a supremacia dos paranaenses natos não é tão sugestiva em relação a gaúchos e paulistas. Daí é possível afirmar que dentro do nosso Estado que há vários “estados do Paraná”.

E há um outro fato desprezado pelo critério insubordinado da pesquisa: embora o Coritiba, nosso clube de maior tradição em razão do tempo, já seja centenário, não há como ignorar o fato de que o futebol paranaense, ainda, é jovem no campo nacional.

O poder de cariocas e paulistas só começou a ser descentralizado em 1967, quando o torneio Roberto Gomes Pedrosa, deixando de limitar-se ao Rio-São Paulo, foi estendido. O Ferroviário foi o nosso primeiro a jogar. A influência centenária da grande imprensa nacional faz com que Rio, São Paulo, Rio Grande do Sul e Minas Gerais sejam bem antigos face ao futebol paranaense.

Ao ignorar esses fatos, a pesquisa, mesmo que bem intencionada, nesse item torna-se desprezível.

De primeira

Galdezani vem de Zidane? É uma ofensa ao gênio francês. Mas Bacellar resolveu mostrar que sendo presidente, não precisa pedir conselhos para satisfazer as suas vontades. Mandou vir Galdezani. Depois, quando a torcida começar a vaiar na arquibancada, o dirigente não pode dizer que é um incompreendido.