No futebol, debates não acontecem por acaso, sempre há fatos a motivá-los. Fechar os olhos ao que acontece com o Atlético, equivale a sufocar a capacidade dos atleticanos de não debater, questionar e sentir os fatos.

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O Atlético já foi terceiro, passou pelo quarto, e agora está em sétimo lugar com números que sugerem ter chances reais de disputar uma vaga para Libertadores. Na Baixada, perdia para o Internacional e, sem traumas, ganhou por 2×1. Entre um gol e outro, ao invés de alegria, os 10 mil atleticanos que foram a Baixada vaiaram Petraglia e Emed, porque aquele manda, e esse obedece. E não foi uma vitória qualquer: foi de virada contra o poderoso Internacional, tricampeão do Brasil.

Leiam outra vez o parágrafo anterior. O leitor vai extrair dele dois fatores negativos que sobrepuseram a grande vitória. O primeiro fato, que embora inusitado, mantém o caráter negativo, é que a cada gol do Furacão, a torcida xingava Petraglia e Emed. E não digam que foram só as organizadas, pois o inusitado está na mesma reação da maioria na Baixada. Como explicar esse contraste, que leva a alegria por gols e vitória ser substituída por uma reação de mágoa?

E o segundo fato já está se tornando velho, só voltando com destaque porque está se agravando. O jogo era na majestosa Baixada, de domingo de céu azul e sol, contra o Internacional que tem torcida nacional, pelo Brasileiro, e com o Furacão com chances de disputar a quarta vaga para a Libertadores. Público pagante: 12 mil torcedores. Desses dez mil, é seguro afirmar que 2 mil eram torcedores do Inter.

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Resumindo: para um espetáculo grandioso, o Atlético atraiu apenas 10 mil torcedores.

Como explicar esse contraste, em que o clube de maior torcida do Paraná, com o estádio mais moderno do Brasil, competindo por vaga no Brasileiro, com 24 mil sócios, enfrentando um tricampeão, leva apenas 10 mil torcedores?

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Ouve-se e lê-se tanto do que se fez e o que se faz na Baixada, que o torcedor está começando a acreditar que o Atlético deixou de ser um valor do povo.

Sonho

O Paraná ganhou do Londrina e jogando bem. Bastou para voltar a se iludir com a volta à Série A. O Paraná deveria ficar quietinho no seu canto e parar de se iludir. Manter-se na segunda divisão, criando uma estrutura de time para o próximo ano, vai render muito mais do que sonhos.