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O Atlético de Autuori é mesmo desconcertante. É um time de muitas facetas. É capaz de ser imponente e jogar uma partida de campeão para vencer o Corinthians (2×0), mas três dias depois, fazer um jogo medíocre e perder para o Flamengo, em Cariacica (1×0).

Concordo: jogar sob a influência da Baixada é uma coisa, jogar fora é outra. Mas para um time que se supõe capaz, a influência dos fatores campo e torcida, no futebol em que as diferenças são poucas, não podem mais ser tratadas como absolutas. E por isso, por ser um time que se propõe a competir entre os primeiros, o Furacão não pode ser tão vulnerável à influência de elementos acessórios. É fato: perder para o Flamengo não é censurável. O que se censura é variação de comportamento em poucos dias. Alguma coisa está errada.

Como o Furacão quis jogar contra o Flamengo, nem Autuori soube responder. Na defesa não quis: pois aberto, atraiu o time carioca no primeiro tempo. No ataque, também não: chutou uma bola com Walter e nada mais. Desorganizado a partir do jogo peladeiro de Otávio (em péssima fase) e Hernani, disfuncional com Pablo e Vinicius em lugares invertidos a certa altura do segundo tempo, foi uma bagunça. E isso descosturou a defesa e aumentou as deficiências naturais de Paulo André. Em um dos lances, Mancuello marcou o gol da vitória.

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A saída de Walter e de Vinicius só pioraram as coisas. O resumo de tudo está no fato de que o Furacão, jogando às cegas no segundo tempo, não entrou na área do do Flamengo. Definitivamente, provou em Cariacica, não é um time confiável. Continua vivendo de ondas e efeitos especiais nos jogos da Baixada.

Pelo Atlético fazer da derrota uma regra quando joga fora, já é hora de abrir a caderneta de débitos de Paulo Autuori. O mínimo de simetria entre os seus jogos na Baixada e os seus fora tem que existir.

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Vitória

O Coritiba ganhou do bom time da Ponte Preta, no Couto Pereira, por 3×1, e já há quem atribua o resultado ao dia que o técnico Paulo Cezar Carpegiani passou com os jogadores. Entre mortais, ninguém faz milagre. Os coxas não jogaram nem mais e nem menos do que estavam jogando com Pachequinho. E digo mais: quando ocorreu o segundo gol (Lucas Claro) o empate já era lucro, pois a Ponte era superior.

Mas houve uma influência forte de Carpegiani e que não apareceu aos olhos do torcedor. A sua figura no banco desarmou os espíritos contrários de arquibancada. Recebeu para si a responsabilidade que seria toda dos jogadores. Daí com Juan e Berola ter sido mais fácil arrumar um pouco o time e vencer.

Mas que Carpegiani não se engane. Com esses paraguaios na zaga, Edinho errando todos os passes no meio, e Kazim sem saber se joga como inglês, turco ou brasileiro, o Coritiba vai continuar na angústia.