O Atlético Paranaense vai jogar a Libertadores da América. A conquista foi tão justa como estrondosa. O fato de ter sido ganha com um time adolescente não pode ser alienado ao acaso ou ao inesperado. Bem ao contrário, a conquista, mesmo sem faixas ou troféu, vista sem repentes passionais, tem um significado importante: a sua estrutura exuberante, laminada e usada em toda a sua extensão pelas ideias e independência desse notável e reciclado Paulo Autuori, mostrou que é possível fazer futebol sem estrela ou estrelismo.
Então, esse Furacão se tornou capaz de enfrentar o fundamentalismo financeiro da divisão de verbas da televisão, deixando atrás de si, de joelhos e subjugados Corinthians, Fluminense, Cruzeiro e Internacional, velhos barões do poder central.
Neste jogo contra o Flamengo houve riscos e angústia. Essa quando o Corinthians se assanhou contra o Cruzeiro, no Mineirão e passou a comandar o placar. Essa angústia coincidiu com os riscos na Baixada, pois esse bem projetado Flamengo, jogava melhor e parecia mais dirigido para a vitória. A bola que saiu da cabeça de Everton e foi no travessão misturou angústia e riscos, dramatizando o jogo para os atleticanos.
Foi aí que surgiu a grande virtude do Atlético. Não se impressionou com o jogo do Mineirão. Tranquilo, e com seus erros de meio campo corrigidos por Autori, voltou a ser dinâmico e solidário no segundo tempo. Equilibrando o jogo, passou a criar situações contra Muralha, controlar o Flamengo e fazer o jogo que era preciso. Nesse período, Hernani e Pablo foram brilhantes, e auxiliados por um Otávio mais natural, faziam o Atlético ter a posse de bola.
E o jogo da Baixada foi sendo jogado assim: duro, tremendo e, por isso, de poucas variações. Quando o jogo do Mineirão terminou com a derrota do Corinthians (3×2), o Atlético continuou autêntico, trocando bolas e mantendo a imagem que criou no Brasileiro.
Essa coluna dedico a Mário Celso Petraglia.
Recomeçar
Em Campinas, com um time de juniores e reservas, o Coritiba perdeu para a Ponte Preta, 2×0. Já era fato esperado. Dizem que agora terá que recomeçar. Não concordo. O Coritiba vem tão mal nos últimos anos, que precisa é começar tudo de novo, porque o recomeço implica em suar coisas passadas.