No Maracanã, o Brasil foi decidir a Copa América contra o Peru com duas obrigações: impor a sua tradição técnica e ser campeão. Cumpriu a obrigação principal: ganhou de 3×1 para ser campeão.
Nem bem o jogo começou, mostrou que iria ser um time com muitas rachaduras, e que iria merecer a angustia. Mais cauteloso do que metódico, sem ser expansivo, surpreendeu-se com o Peru. Os Incas, ao invés de fazerem o jogo de corpo para a marcação, preferiram um jogo adiantado. Apesar da posse de bola brasileira, essa muito mais pelas intenções peruanas, não haviam diferenças entre um e outro.
Só depois que avançou Arthur e fixou Firmino pela direita, o Brasil conseguiu o mínimo equilíbrio para não permitir que o Peru continuasse impositivo. Mas não conseguindo fazer um jogo contínuo, o time de Tite atacava por espasmos. Foi quando Daniel Alves construiu com Gabriel Jesus a jogada que Everton marcou o primeiro gol. Por ser igual em campo, o Peru, de pênalti, empatou com Guerrero. E, no último minuto da etapa inicial, Gabriel Jesus fez o gol que protegeu o Brasil da falta absoluta de recursos, que ganhou toda a sua expressão, no segundo tempo.
Já dominados pelos peruanos, os brasileiros precisaram fazer um motim à frente da zaga. Gabriel Jesus foi expulso, desafiando Tite, que interviu bem. Com Richarlison, quis dar vida ao contra-ataque, e com Allan e Militão, quis garantir-se na defesa. Mas, foi o árbitro chileno que resolveu a vida brasileira: quando o Peru pressionava, em um contra-ataque, o juiz chileno viu um pênalti inexistente, que Richarlison marcou.
De qualquer Brasil que tenha ganhado um título, por mais controverso que tenha sido, sempre deixou um fato para lustrar a sua história. Se é possível um campeão ter a pior versão, a da Seleção Brasileira foi essa que ganhou a Copa América de 2019.
Para se ter projeção de ideia como fato da falta de brilho pela intensa redução individual e técnica, é possível afirmar que, por esse jogo do Maracanã, se o Peru ganhasse o título, seria, também, absolutamente justo.
Qual o significado desse título para o Brasil?
Se respeitar a história de um penta, o significado é nada.
E história de cinco títulos mundiais tem que ser respeitada.
Convido ao leitor decorar o time do Brasil de Tite, para tentar lembrá-lo daqui há um ano. Poucas lembranças restarão.
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