Os tradicionais onze mil atleticanos que foram à Baixada, saíram com o sentimento de que o 1 a 0 sobre o Bahia, foi pouca coisa. Para um time que na quinta feira jogou intensamente na Bombonera contra o Boca, pela Libertadores, exigir mais do que uma vitória é um excesso.

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O Furacão foi brilhante no primeiro tempo. Solidário e aplicado, começou com tudo. Em velocidade, avançando o meio, comandado por Nikão e Bruno Guimarães, fez o Bahia, perder-se. Golpe atrás de golpe, o incrível Nikão fez uma jogada para Roni, que desta vez, marcou. O gol que seria o da vitória não reduzido as intenções do Furacão. Com o seu gosto pela bola, trocando todos os passes possíveis, trocando de posições, foi batendo empurrando o time baiano para o corner. Só não marcou mais gols, porque chutou mal ou goleiro Douglas defendeu.

Voltou, assim, para o segundo tempo. E foram tantas as chances, que um olho critico vai apontar para um mal preparo para as finalizações. Bem que o Bahia criou uma ou outra jogada de perigo. E bem que poderia até ter empatado. Então, faria falta o gol que Marcelo Cirino perdeu. Em um bom jogo do Furacão, em que os sentimentos estavam felizes pelo dia das mães, Cirino conseguiu irritar e ser vaiado pela torcida.

Nikão, como tinha sido na Bombonera, foi o melhor do time.

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Sicupira, 75

O Padre Vieira, em um dos seus “Sermões”, diz que os sentimentos do coração amolecem com a idade. É verdade, com o tempo, as reações humanas são mais resignadas e compreensivas.

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Só, assim, encontro motivo para o Athletico ter homenageado Sicupira. O Furacão da riqueza que sempre ignorou, e quando lembrou foi para combater o maior artilheiro da sua história, uniu-se a torcida, e o homenageou.

Ao grande jornalista Sandro Moser que está escrevendo um livro sobre o ídolo, relatei pela primeira vez o que eu penso; Sicupira foi mais importante para o Athletico, do que o Athletico para ele.

Chegou ao Furacão com 24 anos. Talentoso, inteligente e goleador, depois do Robertão de 1968, poderia ter voltado o grande centro, e ganhado muito dinheiro. Em 1972, provou jogando um Brasileiro pelo Corinthians de Rivelino.

Mas, tornou-se mais atleticano do que profissional. Preferiu ficar fazendo gols para um Furacão carente. E, por esse Athletico, em sete anos, foi despejando gols. Fez 154 gols. Não tinha fogo para queimar essa história.